A Vitória do Verdadeiro Amor romance Capítulo 222

Márcio permaneceu observando Francisco por um bom tempo, até que não aguentou mais e soltou: "Francisco, será que foi a Mônica quem falou mal da Fabiana para você, fazendo com que você desenvolvesse esse preconceito contra ela?"

Francisco esboçou um sorriso sarcástico. A reação de Márcio o fez lembrar de si mesmo no passado.

Ele também havia nutrido preconceitos contra Mônica, desconfiando de cada palavra ou atitude dela, sempre acreditando que ela estava errada.

Até mesmo a forma como ela respirava parecia errada para ele.

Enquanto refletia sobre o passado, Francisco sentia remorso e um peso na consciência.

Mônica sempre quis apenas um ambiente familiar acolhedor e tentou se integrar, buscando o calor do lar desde o momento em que retornou.

Mas ele, como irmão, sempre a afastou, sem nunca aceitá-la de verdade.

Esse arrependimento o perseguia, tornando suas noites ainda mais difíceis e inquietas.

Ele balançou a cabeça: "Mônica jamais faria algo assim, de falar mal de alguém pelas costas. Eu apenas acredito que a Fabiana não seja uma pessoa de confiança, só isso."

"Isso é apenas o que você pensa. Nos últimos dias, a Fabiana tem falado muito bem de você, defendendo-o repetidamente, e mesmo assim você fala dela dessa forma?"

Márcio não suportava ouvir Francisco falar mal de Fabiana, e sua expressão se fechou.

Ele continuou: "Além disso, foi a Fabiana quem me ajudou no Grupo Matos nesses dias em que você largou tudo de lado."

Márcio não conseguia enxergar nenhum defeito em Fabiana. Ele só acreditava que Francisco estava sendo influenciado pela Mônica.

Até chegou a desenvolver certos preconceitos contra Fabiana.

Francisco se sentiu impotente, pois só queria dar um conselho a Márcio. No entanto, ao perceber o quanto ele defendia Fabiana, acabou sendo repreendido também.

Boas intenções foram mal interpretadas como malícia. De repente, ele perdeu a vontade de continuar conversando com o Márcio, abaixando a cabeça e evitando o olhar dele.

Disse apenas: "Pode sair. Não quero mais conversar com você."

Discutir era inútil, eventualmente Márcio entenderia ao se deparar com a realidade e sentir a dor, e então perceberia que deveria voltar atrás.

Márcio sabia que não conseguiria convencer Francisco. Suspendeu a respiração, suspirou profundamente e se retirou para seu quarto.

Por fim, ele decidiu dar a senha do cofre para Fabiana: "O selo está no cofre, pode pegar."

Márcio refletiu um instante. Fabiana era sua irmã, ambos pertenciam à mesma família, por isso não havia necessidade de se proteger dela.

Além disso, Fabiana era ingênua e pura, nunca teve segundas intenções. Ela apenas queria ajudá-lo.

Ao se proteger tanto de Fabiana, ele sabia que, se ela descobrisse, ficaria muito magoada.

Após desligar o telefone, Márcio sentiu um certo constrangimento por ter duvidado dela antes.

Fabiana sempre foi tão boa para ele, e ele chegou a suspeitar das piores intenções dela.

Realmente, isso não se faz.

Francisco estava obcecado pelos detalhes, desenvolvendo preconceitos contra todos na família.

Como ele poderia seguir o raciocínio de Francisco, permitindo que esses preconceitos o influenciassem e prejudicassem sua capacidade de julgamento e raciocínio, algo que qualquer pessoa equilibrada deveria ter?