A Vitória do Verdadeiro Amor romance Capítulo 230

"Mesmo que possa ter sido indiretamente por Márcio, com certeza ele não tinha intenção de vazar. Acho possível que Márcio se esquecesse de fechar o cofre, dando a oportunidade para aqueles com más intenções."

Márcio olhou instintivamente para Fabiana.

Sua expressão continuava inocente como sempre, seus olhos claros, como se não houvesse malícia alguma, até em suas palavras havia uma proteção a ele.

No entanto, ela concordou com Isabela, condenando-o completamente.

Nesse momento, ele sentiu um frio no coração.

Fabiana claramente também sabia a senha do cofre, mas ela se recusou a falar, empurrando-o para fora sozinho, colocando toda a responsabilidade em seus ombros.

Essa era a irmã que ele sempre achou que era obediente e compreensiva.

Vários momentos passaram repentinamente pela mente de Márcio. Naquele ano, Mônica caiu em um lago gelado. Quando Isabela repreendeu Mônica, ele e Francisco ficaram de lado, sem palavras por causa do medo.

Fabiana disse: "Foi a irmã que correu sozinha para brincar no lago gelado."

Naquela época, Fabiana tinha apenas seis anos, ele sempre achou que eram apenas palavras de criança.

Inclusive as muitas coisas exageradas que Fabiana disse depois, ele também achou que estavam erradas, mas instintivamente pensou que Fabiana ainda era pequena, jovem, e falava aquelas coisas por ser ingênua.

Mas agora, como se dissipando uma névoa, Márcio teve um momento de clareza:

Fabiana realmente não era tão jovem, ela era apenas dois anos mais nova que Mônica, também com vinte e um anos agora.

E mais, Fabiana não era ingênua, pelo contrário, ela era mais sábia e inteligente que qualquer um, sabia ler as situações e evitar problemas.

Assim como agora.

Assim como na última vez na antiga casa da família Oliva, Fabiana sabia claramente que, ao fazer aquela ligação, Isabela ficaria furiosa com a atitude desrespeitosa de Mônica.

Mas ela fez mesmo assim, com um objetivo claro, que era conseguir os 5% das ações do Grupo Matos.

De qualquer forma, explicar era inútil.

Isabela sempre usava o próprio julgamento como único critério ao lidar com as coisas e nunca ouvia as explicações dos outros.

Isabela era como um imperador antigo, autoritária e obstinada, incapaz de ouvir qualquer razão.

Márcio simplesmente baixou a cabeça, evitando olhar para Isabela, e respondeu com um tom calmo: "Não me atrevo."

Com humildade, sua voz não tinha nenhuma variação, não era um "não é", mas um "não me atrevo".

Embora seu tom e ações não demonstrassem desafio, a insubordinação transbordava de suas palavras.

Isabela não conseguiu conter sua irritação: "Até que ponto você está disposto a admitir seus erros?"

A raiva de Isabela atingiu o limite.