A Vitória do Verdadeiro Amor romance Capítulo 31

Mônica de repente se lembrou de que Francisco não ligava para ela há quase três anos, nem fazia contato por iniciativa própria.

Durante esses três anos, ela esperou ansiosamente por uma ligação de Francisco, um simples "como você está?", mas isso nunca aconteceu.

Enquanto isso, via Francisco demonstrando todo tipo de afeto por Fabiana nas redes sociais, sempre atencioso com ela, enquanto era incrivelmente econômico ao se dirigir a Mônica, mesmo com poucas palavras.

Em certa ocasião, quando Fabiana esteve ausente por apenas um dia para uma competição de golfe, Mônica viu Francisco perguntando carinhosamente sobre seu bem-estar, sem falhar.

No entanto, ele jamais enviou uma mensagem a Mônica, perguntando como ela estava ou se estava confortável na Cidade das Araucárias.

Com seus pensamentos retornando, Mônica atendeu ao telefone.

Do outro lado da linha, a voz tranquila de Francisco soou:

"Mônica, amanhã é o aniversário de Fabiana. Márcio, Fabiana e eu estamos aqui embaixo, na mansão de Luciana, para levá-la para casa."

"Não vou voltar."

Mônica respondeu de forma direta e objetiva: "Vocês vão sem mim. Estou com alguns compromissos nos próximos dias e realmente não tenho tempo."

O "Primavera Entre Montanhas" que Bruno havia solicitado exigiria dois dias inteiros de dedicação, e ela realmente não tinha tempo ou energia para ir à festa de Fabiana.

Francisco franziu o cenho.

Com uma nota de insatisfação, ele disse: "Afinal, Fabiana é sua irmã. Quando você estava longe da Ilha da Pedra Pintada, era compreensível não comparecer ao aniversário dela. Mas agora que está aqui, não ir como irmã mais velha soa um pouco injustificável."

Ao lado, a voz deliberadamente alta de Márcio também se fez ouvir:

"Sabendo que estamos os três esperando por você, e ainda assim mantendo essa postura, você realmente pensa que é alguma espécie de celebridade, que precisa de tantos convites..."

Antes que Márcio terminasse, o som de um telefone sendo desligado ecoou do outro lado.

Mônica não queria prolongar a conversa, e simplesmente desligou o telefone.

Luciana, ao seu lado, estava visivelmente irritada.

"Você já mencionou que estava ocupada e sem tempo, mas eles continuam insistindo em querer ditar como você deve agir. Eles não têm o que fazer, passam o dia ao redor de Fabiana e ainda querem que você deixe de lado suas prioridades para fazer o mesmo?"

Mônica abaixou os olhos e um sorriso irônico surgiu no canto de seus lábios.

Isso não era novidade, pois, sempre que Fabiana era envolvida, Francisco usava o argumento de que ela, como irmã mais velha, tinha a obrigação de ceder.

Se Fabiana gostava de algo que ela também queria, por ser a irmã mais velha, era sua obrigação deixar para a outra.

Ninguém se preocupava em saber se ela realmente queria abrir mão ou não, nem considerava que, na época, ela era apenas dois anos mais velha que Fabiana, ainda uma criança.

Afinal, Fabiana sempre fora bem-intencionada.

As palavras dela eram apenas uma maneira de defendê-lo.

"Com um pouco de consideração, ela já se sente no direito de abusar. Que falta de noção, que arrogância e presunção!"

Márcio estava cada vez mais irritado, abriu a porta do carro e saiu em direção à casa de Luciana, com passos firmes e impacientes.

Francisco hesitou em intervir, pois conhecia o temperamento impulsivo de Márcio, suas palavras ásperas e um humor mordaz.

Ele chegou a levantar a mão para detê-lo, mas acabou desistindo e a recolheu.

Ao relembrar o comportamento de Mônica há pouco, palavras frias e cortantes, desligando o telefone antes mesmo que ele terminasse de falar, ele teve que admitir que sua atitude com o irmão era um tanto insensível de fato como Fabiana dissera.

Fabiana, sendo mais jovem, percebeu isso, e Mônica, sendo dois anos mais velha que ela, ainda insistia em agir de maneira impulsiva e obstinada.

Esse traço de personalidade, se não mudasse, poderia se tornar um obstáculo em seu casamento ou na vida em sociedade.

Não seria de todo ruim se o Márcio fosse dar uma bronca nela.

Ao ver o Márcio perder a paciência, talvez ela finalmente se desse conta dos próprios erros.