A Vitória do Verdadeiro Amor romance Capítulo 6

"Ele é um cachorro, por acaso, para voltar a comer o próprio vômito? Como pode não ter nenhum peso na consciência?!"

Do outro lado do telefone, a voz estava cheia de raiva.

"..."

Mônica permanecia em silêncio.

Embora as palavras de Luciana tenham sido rudes, a lógica por trás delas não foi.

Quando Samuel ficou paralítico, Débora o abandonou sem pensar duas vezes e fugiu para o país A.

E agora, Samuel estava aceitando Débora de volta sem mostrar nenhuma barreira psicológica.

Para uma pessoa normal, isso seria impossível. Pelo menos, Mônica sentia que ela mesma não conseguiria fazer isso.

Percebendo o silêncio, Luciana cuidadosamente mudou de assunto a tempo.

"Depois que você voltar para a Ilha da Pedra Pintada, o que pretende fazer? Você vai voltar para a Cidade das Araucárias de novo?

"Não vou voltar.

"Você realmente decidiu?"

"Sim."

A voz de Luciana ficou mais desinibida.

"É isso aí, não adianta desperdiçar seus sentimentos com um homem como esse."

"Voltar pra Ilha da Pedra Pintada é uma boa! Homem bom é o que não falta. Volta que eu te arrumo um daqui mesmo da ilha!"

"Da próxima vez, não vai embora para longe de novo, viu? Esses três anos foram duros... quando bate a saudade, você tá lá a milhares de quilômetros. Sério, é difícil demais conseguir te ver ao menos uma vez por ano."

Nas palavras de Luciana, havia também um toque de melancolia.

Mônica também refletiu um pouco. Há três anos, ela havia viajado uma longa distância até a Cidade das Araucárias por causa de Samuel.

Desde então, o número de vezes que ela retornou à Ilha da Pedra Pintada poderia ser contado nos dedos e, depois de se casar com Samuel, ela nunca mais voltou.

Até mesmo um pássaro em cativeiro sentia saudades de sua antiga floresta, quanto mais a Mônica, que estava em uma terra estranha.

Durante esses três anos, ela naturalmente teve momentos em que queria voltar à Ilha da Pedra Pintada.

Mas depois que Samuel ficou paralítico, ele se tornou temperamental e as empregadas tinham medo de se aproximar dele.

Mônica teve que cuidar de tudo relacionado a Samuel sozinha, sem poder sair.

Agora, três anos se passaram em um piscar de olhos.

Mônica não falou mais nada, apenas disse: "Não se preocupe, quando eu voltar para a Ilha da Pedra Pintada, poderemos nos ver todos os dias. No futuro, será difícil para você não me ver."

"Fechado! Nesses três anos, a Ilha da Pedra Pintada ganhou um monte de coisa boa pra comer. Quando você chegar, eu te levo pra provar tudo de bom e do melhor, pra gente se esbaldar!"

Nenhuma mãe gostava de uma filha desobediente, e Isabela não era exceção.

Sua irmã, Fabiana Santos, era diferente. Além de inteligente e talentosa, Fabiana também era dócil e compreensiva.

Desde cedo, Isabela a incentivou a praticar golfe e a andar a cavalo, o que a tornou um verdadeiro exemplo de dama da alta sociedade da Ilha da Pedra Pintada.

Tendo Fabiana como referência, era natural que Isabela, a irmã considerada "sem futuro", fosse deixada de lado.

Desde que Mônica decidiu se dedicar à pintura tradicional, Isabela a abandonou à própria sorte.

Mesmo quando ela partiu sem rumo certo com Samuel para Cidade das Araucárias, Isabela apenas fez um breve comentário e não estendeu a conversa.

Durante três anos, Isabela não lhe telefonou nem enviou mensagens.

Entre amigos e familiares, ela nunca tomou a iniciativa de mencioná-la.

Ela era provavelmente a mancha na reputação de Isabela que ela preferia não discutir.

Até mesmo seu irmão mais velho, Francisco Santos e segundo irmão Márcio Santos demonstravam desdém por ela.

Se não fosse por Luciana, que ocasionalmente entrava em contato, ela teria se sentido completamente isolada.

No entanto, Mônica considerou que Samuel e Rebeca certamente informariam Isabela se soubessem que ela havia deixado o Jardim de Gaivota, como eles tinham os dados de contato de sua mãe.

Assim, ela simplesmente enviou uma mensagem para Isabela informando-a sobre seu relacionamento atual com Samuel, sem mencionar seu retorno à Ilha da Pedra Pintada.