A Vitória do Verdadeiro Amor romance Capítulo 891

Ao ver Mônica se afastar, Francisco instintivamente quis detê-la.

No entanto, sua mão, que já havia se estendido até a metade do caminho, parou de repente e, por fim, ele a recolheu.

Pois, naquele momento, ele percebeu claramente que nem sequer possuía o direito de pedir que ela ficasse.

Restou-lhe apenas observar, impotente, a silhueta de Mônica desaparecer diante de seus olhos.

Sentiu uma dor lancinante no peito.

Francisco também não soube ao certo como conseguiu sair dali. Dirigindo, vagueou sem destino, completamente atordoado, como uma alma penada, sem rumo algum.

Na verdade, Francisco deveria ter retornado à empresa, mas, ultimamente, quase não havia negócios. Sua presença ou ausência ali já não fazia diferença.

Voltar para o que agora chamava de casa, Francisco tampouco desejava.

Aquela casa estava vazia, só restava ele. Já não podia ser chamada de lar, era, talvez, mais apropriado chamá-la de prisão.

Dirigiu por muito, muito tempo, até que o portão da Enseada dos Coqueiros surgiu diante de seus olhos. Só então ele despertou, percebendo que havia retornado à Enseada dos Coqueiros.

O lugar onde crescera desde pequeno.

Francisco desceu do carro. Como os seguranças o conheciam, entrou quase sem qualquer dificuldade.

A Enseada dos Coqueiros situava-se entre a serra e o mar, podendo, em certo sentido, ser considerada um bairro de alto padrão.

Pessoas abastadas eram criteriosas na escolha de onde morar, sempre atentas à localização: a serra oferece respaldo, deve-se estar próximo dela; a água representa prosperidade, deve-se estar perto dela.

A Enseada dos Coqueiros tinha uma localização privilegiada. O condomínio fora construído junto à serra e, em seu interior, além dos lagos naturais, vários lagos artificiais haviam sido escavados especialmente para acumular água e atrair fortuna.

A Ilha da Pedra Pintada, situada ao norte, era conhecida pelo clima rigoroso. No auge do inverno, o lago já apresentava uma camada de gelo, e três crianças brincavam alegremente à beira dele.

Francisco permaneceu à margem do lago, observando aquelas crianças que brincavam felizes, sem conseguir mover-se, como se suas pernas tivessem criado raízes ali.

Verifique o captcha para ler o conteúdoVerificar