Dinheiro
Grace
Hoje é meu aniversário de 30 anos. Eu estava divorciada, sem companheiro, sobrevivendo aos meus chifres e falida.
Se houvesse uma mulher na comunidade de lobisomens ou licanos que estivesse em situação pior do que eu, eu gostaria de conhecer. Talvez a gente pudesse dividir o preço desta bebida que não estava ajudando em nada a tristeza em meu coração ou a gravidade da minha situação.
Era um coquetel de frutas com muito uísque e valia um pacote inteiro de fraldas mais baratas e provavelmente um pouco de compota de maçã. Eu ia preferir comprar qualquer uma dessas coisas do que esta bebida. Eu ia preferir contar qualquer moeda que estivesse embaixo dos bancos do meu carro para comprar outro pacote de NAN do que estar aqui. Mas, Eason, meu irmão, enfiou um bolo de dinheiro em minhas mãos, me forçou a usar um vestido que abraçava cada curva minha e provavelmente custava muito caro, arrumou meu cabelo e disse que eu não tinha permissão para voltar para casa esta noite sem pelo menos um drink ou antes da meia-noite.
“Eu ia preferir que você nem voltasse para casa…” Ele disse com uma piscadela. “Aproveite sua liberdade antes de entrar no ritmo das coisas.”
Me esforcei muito para não dizer para ele que me divorciar quando eu estava falida não era liberdade. Eu ainda não sabia como contar para ele. Uma parte de mim esperava que eu não precisasse e que essa falta de dinheiro fosse só coisa da minha cabeça. Olhei para o relógio e tremi. Ainda nem era hora de dormir da minha filha. Apertei a mandíbula e tomei um gole de bebida ao pensar em Cecil. O que eu ia falar para ela quando não recebesse todos os presentes de Natal como de costume? O que eu ia falar para o Richard quando ele tivesse idade suficiente para fazer qualquer coisa além de chorar, comer e dormir?
Papai traiu a mamãe e está feliz com a companheira que o destino deixou para ele. É por isso que não temos dinheiro.
Resisti à vontade de engolir minha bebida e desaparecer na névoa do álcool. Eu só ia tomar um drink e depois me esconder em algum lugar da cidade antes de ir para casa e fingir que tinha aproveitado a noite na farra.
Normalmente, eu ia estar na cozinha servindo o banquete que encomendei para o Festival da Lua para a família e me preparando para abrir os presentes com Cecil, Richard e Eason. Este ano, Cecil me fez um cartão. Richard babou no meu avental. Cozinhei usando muitas receitas simples e tudo o que tínhamos no armário. Tentei sorrir desde o momento em que chegaram os papéis finais do divórcio, mas não sentia nada.
O que eu tinha para comemorar?
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Acasalada com o Rei Lycan, o pai do meu ex.