Acontece Que Ele Sempre Me Amou romance Capítulo 38

Vinicius, vestindo um sobretudo de lã fino, tinha flocos de neve caindo em seus cabelos escuros, nariz finamente esculpido e ombros largos, que delineavam sua elegância e frieza de uma forma ainda mais clara e encantadora.

Ele ainda mantinha aquele sorriso de leve curvatura.

O coração de Aline tremia incontrolavelmente, tremia intensamente, emoções reprimidas por tanto tempo de repente saltaram, seus olhos de pêssego estavam embaçados olhando para ele, não obedecendo mais suas ordens, incapazes de desviar o olhar.

Ela acabou sendo irremediavelmente cativada por ele.

Ela realmente era sem esperança.

Lágrimas grandes como feijões lutavam para rolar para fora dos olhos de Aline.

Eles estavam muito próximos.

Vinicius, com a cabeça baixa, viu as lágrimas acumuladas em seus olhos começarem a cair, seus olhos escureceram ainda mais, e ele estendeu a mão para tocar seu rosto, seus dedos frios e pálidos enxugando suas lágrimas.

"Chorar por causa de uma paisagem nevada?"

"Você mesma fazendo o esforço de trazer café da manhã e presentes durante 321 dias, não pensou em como isso seria difícil para os outros, hein?"

"Você pensa que as pessoas são de coração de pedra, que não se emocionariam nem um pouco?"

??

Emocionar-se?

O que significa se emocionar?

Seu coração se emocionando?!

Vinicius estava dizendo que seu coração...

Com essa notícia de grande peso invadindo sua mente, Aline sentiu como se seu cérebro tivesse travado.

Suas lágrimas fluíam sem controle.

Os dedos e a palma da mão de Vinicius ficaram molhados por ela.

"Aline, você gosta de branco, não de rosa, certo?"

Aline assentiu.

Seu quarto era rosa, sua carteira era rosa, seu estojo era rosa, sua capa de celular também era rosa, muitas pessoas pensavam que ela gostava de rosa. Na sua vida passada, ela própria pensava assim, mas depois de renascer, ela descobriu que era Carla Rocha quem gostava de rosa, enquanto ela mesma preferia o branco.

Vinicius, aparentemente, sabia disso melhor do que ela.

Os olhos escuros do jovem a fixavam firmemente.

"Eu sei que você gosta do branco puro."

"Você gosta da neve."

"Salvador não tem neve."

"Hum."

"Aline, da próxima vez, antes de tomar uma decisão assim, consulte-me, tá?"

Ele tinha uma aparência tão dócil, e o coração também era, mas sempre capaz de fazer coisas tão duras.

Os olhos escuros de Vinicius a observavam sem piscar.

Suas palavras eram demasiado ambíguas.

Por que ela deveria consultá-lo antes de tomar uma decisão?

Aline respirou fundo, "Vinicius, acho que você entendeu mal."

"Entendi mal?"

"Não é porque fiquei comovida, nem porque me arrependi que eu chorei, é por outra coisa."

"Hum?"

"Algo que não posso te contar."

Aline evitava o olhar de Vinicius, "Eu já expliquei, mas você claramente não acreditou. Eu admito, ir para Salvador para estudar na Universidade Médica de Salvador tinha sim um pouco a ver com querer evitar você, mas não era a maior razão, eu realmente queria ir."

"Eu também realmente queria estudar medicina, esse foi um sonho que tive desde criança, que eu tinha esquecido."