Acontece Que Ele Sempre Me Amou romance Capítulo 74

“???”

“Não precisa de se preocupar com o seu namorado a levar-te de volta para Brasília.”

“…”

Como é que ele sabia que ela estava preocupada com isso?

“Embora o seu namorado realmente tenha pensado nisso há um segundo atrás.”

Precisava ser tão sincero?

Aline permaneceu em silêncio.

A voz rouca de Vinicius recuperou o seu tom habitualmente frio: “Você vai por conta própria ou eu devo carregá-la?”

Era mais uma escolha opressora.

Desta vez, Aline não se rendeu à sua tirania.

“Eu escolho a terceira opção.”

“Eu deveria carregá-la nas costas?”

“... Então eu vou andar sozinha.”

“Hmm.”

Um carro preto europeu.

O aquecedor estava ligado no máximo.

Pedro conscientemente desceu do carro, abriu o guarda-chuva, e começou a caminhar para longe.

No interior do carro, apenas Aline e Vinicius estavam presentes, cada um sentado num dos lados dos assentos de luxo.

“Está mais quente agora?”

Muito quente, quente ao ponto de queimar os pés.

Aline falou sem pensar; os seus chinelos de algodão eram muito grossos, a chuva fina apenas umedecia a superfície, o interior não estava molhado, não havia a possibilidade dos seus pés estarem frios, ela até começava a suar nas costas, o seu rosto estava quente.

Mas as coisas das quais ela queria fugir ainda não haviam sido evitadas.

Vinicius falou: “Podemos falar agora?”

“Falar sobre o quê?”

“O motivo.”

Aline evitava o olhar frio e sedutor dele: “Podemos abrir a janela um pouco? Estou preocupada com intoxicação por monóxido de carbono.”

“Hmm.”

A janela foi aberta ligeiramente.

Aline mordeu os dentes: “Agora você está assim, autoritário e dominador, como um tirano, como eu poderia gostar disso?!”

“Você realmente quer que eu diga? Eu só gostava do Vinicius que eu não podia ter, agora que o peixe mordeu a isca! Tornou-se sem graça!! Como eu poderia ainda estar interessada?!”

“Eu sou esse tipo de mulher frívola, se você realmente queria que eu dissesse, agora está satisfeito?!”

Aline ficava cada vez mais agitada, quase a saltar do assento, Vinicius estendia o seu braço, puxando-a para seu colo, segurando-a sentada em suas pernas.

Aline se recusava a ser abraçada, lutando nos seus braços, enquanto ele a segurava firmemente, deixando-a se debater.

Quando ela finalmente se acalmou um pouco, Vinicius falou profundamente: “Está a dizer um monte de mentiras, se sente melhor agora?”

Aline abriu a boca, mas hesitou em falar.

Vinicius continuou.

“Aline, esse tipo de absurdo, eu não acredito, você não vai magoar-me, só vai se magoar. Quer ver como a sua expressão está dolorida agora?”

Os lábios frios de Vinicius tocaram seu rosto, e então se afastaram.

“Eu sei diferenciar gostar de não gostar, você claramente ainda gosta, seus olhos estão inchados de chorar, por que não admite?”

“Porque é que te estás a esconder atrás de mentiras?”

Aline parou de se debater, sua cintura amolecida, sendo puxada mais firmemente para o abraço de Vinicius, colada nele, ela permanecia em silêncio.

Ele prosseguiu com as perguntas: “O que exatamente aconteceu? O que te fez começar a ter medo de se aproximar de mim desde maio?”