Acordei casada romance Capítulo 32

Um ano depois do meu casamento, eu, o Fred e a Beka caminhávamos na cidade em busca de roupinhas de criança, já que decidimos adotar um garotinho lindo de dois anos. Thiago era o seu nome, nós resolvemos não mudar o nome que escolheram para o pequeno. Ele era um garotinho encantador, de pele negra e com lindos olhos azuis, um sorriso tão meigo que me encantou assim que eu o vi. Compramos tantas roupinhas naquela tarde, já que na manhã seguinte iríamos ao orfanato buscar aquele garotinho que me fascinou. Demoramos meses para conseguir adotá-lo e meu coração já não aguentava mais de tanta ansiedade.

Beka estava tão animada, porém naquela tarde, ela cismou em comer pastel e tomar sorvete. Então a levamos em uma pastelaria que tinha ali no centro da cidade, que por sorte também vendia sorvete. Entramos e nos acomodamos em uma mesa que tinha no canto, perto da janela que dava para a rua. Uma moça simpática nos trouxe o cardápio e Beka escolheu pastel de palmito, eu pedi de frango com catupiry e Fred de quatro queijos. Para beber escolhemos suco de morango, já que nossa pequena adorava.

Passamos umas horas gostosas naquela pequena pastelaria. Beka se divertia muito com seu pai que fazia careta a cada mordida que dava no pastel. Fingindo que o pastel estava ruim.

Depois que Fred pagou a conta, saímos do local com a Beka segurando nossas mãos e ficando no meio de nós dois. E assim, pedia para que nós brincássemos com ela, então nós a balançávamos para frente e para trás no ar e nossa pequena se divertia muito. Mas de repente fui surpreendida por uma visão. Eu não conseguia acreditar no que meus olhos estavam vendo. Era ele, só podia ser ele, mais por que se vestia como mendigo e ainda por cima vendia rosas na rua? Deveria estar ficando louca! Só podia ser alguém muito parecido com o Diego, a semelhança era impressionante. No entanto, decidi não falar nada ao Fred, já que ele nem viu o rapaz que parecia com meu ex.

Vou confessar uma coisa, desde aquela tarde, eu tenho observado aquele rapaz, pois sempre estava no mesmo lugar, fazendo a mesma coisa. Hoje tenho certeza que aquele rapaz era o Diego, e pelo visto suas safadezas foram descobertas. No entanto, era curiosa demais para ficar sem saber o que realmente aconteceu para ele chegar aquele ponto.

— Fred, eu vou sair, deixei a janta pronta no forno elétrico, é só esquentar no micro-ondas, e cuide das crianças. Thiago vai acordar com fome. Brincou tanto hoje que desmaiou — comuniquei pegando minha bolsa e a chave do carro.

— Aonde você vai com tanta pressa essa hora da noite em plena sexta? — perguntou um pouco intrigado me dando um selinho na boca. Não era do meu costume sair sem ele, por esse motivo ele estranhou.

— Vou encontrar com a Bia e algumas amigas de trabalho. Prometo que não vou demorar.

— Mas a Bia voltou da viagem? — questionou me olhando e passando a mão em meus cabelos. Fred era muito carinhoso, um ótimo marido e um excelente pai. Realmente a vida nos surpreende. Quem imaginava que aquele rapaz fosse se tornar o que era hoje. O meu homem perfeito.

— Você não me respondeu se a Bia voltou?

— Sim, ela chegou ontem de viagem.

— Eu não sabia, você não me disse nada.

— Só me esqueci de te contar, amor... gora eu preciso ir.

— Ok, só não esquece que te amo — Fred disse me agarrando e me deu um delicioso beijo, que foi rápido, pois me afastei e fui dar um beijo na Beka que estava na sala assistindo desenho. Logo em seguida saí. Fui direto encontrar com a Bia no mesmo restaurante que costumávamos almoçar antes de me casar. Bia me prometeu que iria convidar a ex-secretária do Diego, só assim eu iria descobrir o que realmente aconteceu com ele.

Estacionei o carro em uma vaga que tinha bem em frente do restaurante e desci trancando a porta. Fui para o restaurante, e ao entrar vi Bia acenando para mim em uma mesa que estava no meio do estabelecimento.

— Pensei que não viesse — disse Bia ao me ver sentar à mesa. — Sophia, essa é a Ana, ex-secretária do Diego.

— Prazer, Ana, mas você não é a moça da recepção do hotel do Diego onde eu estive uma vez? — questionei olhando para ela.

— Sim, eu trabalhava na recepção só à noite, durante o dia eu era o braço direito do Diego, sua secretária pessoal. Eu sabia tudo o que ele aprontava. Vou ser sincera, eu torcia tanto para que ele fosse pego. Odiava aquele arrogante.

— Meu Deus, então ele colocava você para fazer e esconder a sujeira dele!

— O que vão querer para beber? — perguntou o garçom. Fizemos nosso pedido, o rapaz anotou tudo e saiu em seguida.

— Sim, eu tinha que fazer e esconder. No entanto, ele me pagava muito bem para ficar calada. Como eu precisava do dinheiro, eu aceitei. Trabalhei quase sete anos com ele, mas ninguém sabia de mim, para as pessoas eu era uma simples funcionária.

— Eu não falei que a Ana sabe de tudo o que aconteceu com o Diego?

— Você falou mesmo Bia — respondi enquanto o garçom entregava nosso pedido. — Ana me diz uma coisa, como Diego foi descoberto?

— Foi há três meses, eu estava trabalhando na recepção em uma noite de sábado. Seu Henrique, o pai do Diego, chegou de repente, sem avisar e eu tinha acabado de acompanhar a Samanta até o quarto do Diego... — Ana deu uma pausa para beber seu vinho e logo em seguida continuou: — Falei ao seu Henrique que iria comunicar ao quarto que ele tinha chegado. Mas seu Henrique todo educado disse que não precisava que, queria fazer uma surpresa ao filho... — Ana deu uma pausa para comer seu frango grelhado com arroz de quatro queijos, foi o que nós pedimos. Logo depois continuou: – Sabe, Sophia, eu estava com saco cheio dessa vida que eu levava, o Diego era muito arrogante e safado. Já tinha dinheiro suficiente guardado no meu banco para me casar e ajudar a comprar uma casa. Deixei que seu Henrique entrasse sem ser avisado, torci e rezei para que ele pegasse os dois vagabundos na cama...

— Ana você é das minhas, no seu lugar teria feito o mesmo — Bia disse toda animada.

— Mais então, o que aconteceu depois?

— Depois que ele subiu, ouvimos uma gritaria no andar de cima, logo depois o telefone da recepção tocou. Atendi imaginando que era para mim. Era seu Henrique pedindo para eu subir. Foi então que vi a Samanta nua e toda descabelada e com sangue na boca, pois seu Henrique bateu nela e no seu filho, que tinha sangue nos lábios. Ela tentava se enrolar no lençol da cama, mas seu Henrique arrancou a força das mãos dela... — Ela deu uma pausa novamente, e pediu a sobremesa, em seguida continuou:

Epílogo 1

Epílogo 2

Epílogo 3

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