Beatriz cobriu rapidamente os olhos de Andrea e disse para Laura:
— Continuem, não precisam se preocupar conosco.
Com um sorriso no rosto, Beatriz segurou a pequena Andrea e saiu do lugar.
Laura empurrou Bruno, com o rosto completamente vermelho. Ser pega por Beatriz numa situação dessa, era vergonhoso demais.
Bruno, com seu semblante delicado e gentil, lambeu o canto do lábio que tinha sido mordido. Ele arrumou o cabelo de Laura com calma e disse, como se fosse o mais natural do mundo:
— Tô morando no apartamento ao lado agora. Se precisar de algo, ou se ficar com medo à noite, é só me chamar.
Laura lançou um olhar furioso para ele:
— Sai.
Bruno passou o dedo de leve no canto avermelhado do olho dela, mas, antes que Laura pudesse explodir, ele rapidamente se mandou.
Ainda ruborizada, Laura massageou o rosto e pegou o telefone para ligar para Beatriz.
Beatriz e Andrea voltaram e entraram no quarto, enquanto os seguranças colocavam as malas e saíam discretamente.
Laura olhou para as malas, claramente confusa:
— Beatriz, o que tá acontecendo aqui?
Beatriz respondeu e deixou Andrea brincando sozinha, lembrando-a de tomar cuidado com o machucado na palma da mão:
— Brigamos. Tô oficialmente fugindo de casa.
Laura esfregou os ouvidos, como se não acreditasse no que acabou de ouvir:
— O quê? Brigaram? Você e o Rodrigo? Tá brincando, né? Ele nem parece do tipo que briga.
Beatriz se jogou no sofá, cruzando as longas pernas, e levantou levemente os olhos:
— Brigas acontecem. Qual é o problema? Qual casal nunca briga? Aliás, quem era aquele cara?
Laura coçou a cabeça, hesitou por um momento, e respondeu:
— Meu ex.
— O quê?
Beatriz não quis se intrometer no assunto. Era algo pessoal entre os dois.
Laura mudou de assunto, sem querer continuar falando de Bruno, e Beatriz respeitou. Ainda assim, decidiu reservar outro quarto para evitar atrapalhar eles.
Porém, Andrea parecia curiosa. Seus olhos seguiam cada movimento de Beatriz, mas, sempre que era pega no flagra, virava a cabeça para o outro lado.
Beatriz achou graça e perguntou:
— Querida, tem algo errado?
— Mamãe, o que significa ‘fugir de casa’?
Beatriz discou o número de Rodrigo e entregou o telefone para Andrea.
Andrea segurou o aparelho com uma das mãozinhas e o aproximou do ouvido.
Ao mesmo tempo, na biblioteca da mansão dos Santos, Rodrigo, que há anos não pisava naquele lugar, chutou um vaso que rolou até seus pés.
O vaso, uma peça do século XVIII da coleção de Pedro, foi destruído. Um desperdício.
Pedro virou-se para a janela, com uma expressão severa. Seus cabelos parcialmente grisalhos denunciavam sua idade avançada.
Ele se voltou para Rodrigo e declarou com um tom frio:
— Eu não vou deixar você mandar Érica e Samuel embora!
Nesse momento, o celular de Rodrigo tocou.
Rodrigo disse, com um tom despreocupado:
— Não preciso da sua permissão.
Ao ver o nome de Beatriz na tela, ele ergueu a mão, sinalizando para Pedro parar:
— Com licença, preciso atender essa ligação.
A atitude de Rodrigo só deixou Pedro ainda mais irritado. Ele estava prestes a explodir, mas ao perceber que o filho já tinha atendido o telefone, não teve escolha a não ser engolir o que ia dizer.

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Os comentários dos leitores sobre o romance: Adeus, Canalha! Agora Estou Grávida e Casada com Seu Tio.