Afeição tardia é pior que grama romance Capítulo 14

Valéria claramente não tinha o hábito de medir palavras, insistindo em questioná-lo sem parar.

"Irmão, você e a Cecília já se divorciaram, não é? Que bom. Você não tem ideia do quanto a Cecília é mão-fechada. Quando a mãe dela morreu e deixou uma herança considerável, sendo tão rica, tudo o que ela me deu foi uma pulseira de trezentos mil. Débora é muito melhor, ela sempre compra-me as joias e bolsas que eu gosto."

Se Cecília estivesse presente, certamente lamentaria como as coisas mudaram radicalmente. Quando a Família Duarte estava à beira da falência, e Valéria não tinha nada além de uniformes escolares para vestir, foi Cecília quem pagou por roupas bonitas e joias para ela, organizou festas de aniversário e permitiu que ela voltasse a viver como uma princesa.

E os presentes que Débora deu a ela, vinham todos do dinheiro de Everaldo.

"Oh! Sim." Everaldo respondeu a Valéria distraidamente, antes de subir as escadas de madeira e entrar no quarto da Senhora Duarte.

"O acordo de divórcio está assinado?" Senhora Duarte, sentindo-se um pouco indisposta, perguntou deitada.

"Sim."

"Melhor assim. Desde que voltou ao Brasil, a Cecília mudou para pior, apesar de eu sempre ter falado bem dela por ser obediente e respeitosa." Senhora Duarte suspirou profundamente e depois acenou para Everaldo sair.

Mas Everaldo permaneceu parado e perguntou: "Mãe, você e a Valéria poderiam arrumar as suas coisas nos próximos dias? Quando estiverem prontas, chamarei a empresa de mudanças."

"Vamos nos mudar para a villa? Ah, melhor não, tenho me sentido mal recentemente, não quero passar por isso agora."

"Não é para a villa, mas para um apartamento fora do terceiro anel viário." Everaldo respondeu, visivelmente constrangido.