Afeição tardia é pior que grama romance Capítulo 47

"Cecília, semana que vem é a festa de um mês do neto do Presidente Leite, eu e teu pai ainda estamos no exterior, não dá para voltar, não esquece de nos representar lá."

"Desde quando você manda em mim?" Cecília disse com um sorriso frio.

"Tudo bem, tudo bem, se eu não consigo te mandar, deixa o teu pai falar contigo." Liana, com um tom de resignação, passou o telefone para Murilo Campos.

"Essa tua atitude ainda é tão ruim, a sua tia Liana sempre te tratou como se fosse sua própria filha, por que não podes simplesmente respeitá-la? Ela se casou comigo, portanto, ela é tua mãe," disse Murilo, claramente descontente.

"Ela acha que pode ser minha mãe? Uma amante merece respeito?"

"Chega, não quero discutir contigo pelo telefone para não morrer de raiva." Murilo disse, impaciente, e então ordenou: "Na próxima semana é a festa de um mês do neto do teu vovô Leite, vai lá no meu lugar. O dinheiro do presente eu vou transferir para o teu telefone daqui a pouco."

Cecília ficou em silêncio, não disse se iria ou não.

"Você ouviu o que eu disse?" Murilo aumentou o tom de voz, irritado.

"Ouvi. Ir ou não, vai depender do meu humor." Cecília desligou o telefone depois de dizer isso.

Ela jogou o celular de volta na mesa de centro e apertou os lábios, sem dizer uma palavra.

Cecília esteve fora do país por três anos, e Murilo a contatou apenas algumas vezes. Ele nunca perguntou se ela estava bem, se estava a alimentar-se bem ou a dormir bem. Só se lembrava dela quando precisava de algo.

"Tio Campos te pediu para ir à festa de um mês da família do Presidente Leite?" Evelise perguntou.

"Sim." Cecília respondeu.

"Se você não quer ir, então não vá. Eu encontro alguém para levar o dinheiro do presente. Que tal irmos ao cinema no fim de semana? Tem uma nova comédia estrelando o teu ídolo, o ator Samuel." Evelise sugeriu.