Além da Traição: O Renascimento de Uma Estrela romance Capítulo 199

Jerônimo Laurentino, num movimento súbito, ergueu Cíntia Andrade nos braços e a colocou delicadamente na cama, gritando em direção à porta: "Alguém traga um médico, rápido!"

Cíntia Andrade virou o rosto, evitando olhar para ele, enquanto as lágrimas deslizavam pelo canto dos olhos. Seus braços pendiam frouxos ao lado do corpo, e sua pele clara e delicada fazia o ferimento parecer ainda mais chocante.

Jerônimo Laurentino, com o rosto tenso, segurou suas mãos, tentando massageá-las para estimular a circulação do sangue.

Era a primeira vez que ele fazia algo assim, e sua inexperiência era evidente. Embora tenha tentado evitar tocar no ferimento, acabou sujando as mãos com o sangue dela.

A sala mergulhou em um silêncio profundo, quebrado apenas pelo choro contido de Cíntia Andrade.

Logo chegou o médico, chamado às pressas por Jacó.

A essa altura, Cíntia Andrade estava começando a recuperar a sensibilidade nos braços e nas pernas, mas fingia não sentir nada.

Depois de examiná-la, o médico anunciou: "A corda foi retirada a tempo, não há maiores problemas com os membros, mas o ferimento não deve ficar encharcado nos próximos dias!"

Com a voz embargada, Cíntia perguntou: "Por que ainda não consigo sentir meus braços e pernas?"

Jerônimo Laurentino, com uma expressão sombria, confrontou o médico: "Você realmente sabe o que está fazendo?"

O médico, que havia sido trazido à força por Jacó, cerrou os lábios, quase retrucando que, se Jerônimo achava que poderia fazer melhor, que tentasse.

No entanto, enfrentando o olhar intimidador de Jerônimo, ele apenas limpou a garganta e explicou: "A corda ficou atada por muito tempo, a recuperação não é imediata. Precisa de mais tempo. Você é o namorado dela, certo? Ajude-a massageando seus membros para estimular a circulação."

Cíntia baixou os olhos: "Não é."

"Ele não é meu..."

Ela foi interrompida por Jerônimo, que ordenou friamente ao médico: "Cuide do curativo dessas feridas".

Depois de fazer os curativos, o médico saiu do quarto às pressas.

Jerônimo, de pé ao lado da cama, perguntou: "Está se sentindo melhor?"

Cíntia não respondeu, virando a cabeça para o lado.

O vento frio batia em seu rosto, trazendo de volta alguma lucidez. Lembrando-se de que ela estava ferida, decidiu não discutir mais.

Com voz autoritária, ele ordenou: "Chame o Pedro Morais aqui agora!"

Jacó, sempre na sombra de Jerônimo, correu para buscar Pedro.

Logo Pedro Morais apareceu diante de Jerônimo, que, sem esperar que ele falasse, derrubou-o com um chute, jogando o homem corpulento no chão.

"Eu lhe disse para trazer a pessoa, quem lhe deu permissão para amarrá-lo?"

Peter, atônito, levantou-se e respondeu com sinceridade: "Senhor, foi o que o senhor mandou... nós apenas seguimos suas instruções."

Jacó, olhando para o céu pesado, pensou consigo mesmo: Ah, a sinceridade dos homens simples.

A luz no pátio não era muito forte, o rosto de Jerônimo Laurentino estava encoberto pelas sombras.

Ele tirou o paletó, jogou-o casualmente de lado e lentamente começou a desabotoar os punhos da camisa, arregaçando as mangas.