Amor Iniciado pela Intriga romance Capítulo 125

Após cerca de meia hora, Zeka chegou.

Leonardo abriu a porta:

- Entre.

Depois, ele caminhou para a sala de estar.

Olhando as costas dele, Zeka não se controlou a estremecer o canto de lábios.

Se ele não se enganar, aqui é residência da Sra. Priscila.

Porque foi o presidente Leonardo que abriu a porta e ainda com uma postura de dono de casa?

Apesar disso, Zeka não se atreveu a perguntar mais e entrou.

- Cadê a roupa? - Leonardo olhou para ele.

Zeka lhe entregou uma das sacolas na mão:

-Tá aqui.

Leonardo a recebeu e trocou as roupas diretamente na sala de estar.

Zeka ergueu a outra sacola na mão:

- Presidente Leonardo, e o café da manhã…

- Coloque na mesa. - Leonardo respondeu enquanto abotoava a camisa.

Zeka acenou a cabeça e deixou a sacola na mesa.

A seguir, Leonardo apontou para a mesa:

- Pegue os remédios e leve embora.

- OK. - Zeka acenou a cabeça.

Depois, os dois foram embora.

Antes disso, Leonardo olhou especialmente para o quarto de Priscila. Devido a seu olhar escurecido, não tem como enxergar a intenção dele.

Após pouco tempo, se abriu a porta do quarto, de onde Priscila saiu bocejando. Ao ver o cobertor bem dobrado no sofá, ela foi pega de surpresa.

Onde está o homem?

Priscila percorreu o olhar para o lado e não viu Leonardo, mas descobriu que os remédios na mesa foram embora, que deveriam ter sido levados por ele. E mais, havia uma sacola a mais na mesa.

Priscila caminhou para lá com curiosidade, abriu a sacola e descobriu que era combo de café da manhã do restaurante Dona Benta.

É para ela?

Priscila ergueu as sobrancelhas.

Porém, ela não rejeitou. Afinal, seria um desperdício se não aceitar uma refeição gratuita.

Depois de tomar o café da manhã, Priscila trocou de roupa, pegou a bolsa recém comprada e saiu de casa.

Quando acabou de chegar na empresa e se encontrar com André, o seu celular tocou. Foi a chamada da delegacia.

- É a Sra. Priscila?

- Sou eu. - Priscila acenou a cabeça.

O policial disse:

- Peço desculpa, Sra. Priscila. Temos que encerrar antecipadamente o caso em que a Sra. Camila te empurrou para baixo das escadas.

- O quê?! - Priscila se levantou abruptamente, de cara feia.

André apanhou um susto e olhou para ela:

- O que aconteceu, querida?

Sem ligar a ele, Priscila comprimiu a boca e perguntou:

- Porque encerra o caso antecipadamente? A minha bolsa ainda não foi encontrada e a prova também não foi entregue. Porque finaliza o caso?

- Sra. Priscila, calma aí. Eu entendo o seu sentimento, mas só temos que encerrar o assunto, porque os pais e o noivo de Camila apresentaram o certificado de identificação mental dela simultaneamente.

- Certificado de identificação mental? - Priscila semicerrou os olhos.

O policial acenou a cabeça:

- Isso. O certificado de identificação mental diz que a Sra. Camila tem grave doença espiritual. Nas leis do nosso país ainda não há nenhum regulamento explícito de sentenças para pacientes mentais, portanto…

- Portanto, quer dizer que a lei não castiga os pacientes mentais? - Priscila apertou o celular e elevou o tom.

O policial suspirou:

- Isso. Portanto, temos que deixar passar esse caso. Em relação à sua bolsa, ainda estamos acompanhando, mas não temos rastros por enquanto. Existe uma possibilidade de que não consigamos resgatá-la. Por favor, esteja mentalmente preparada para isso, Sra. Priscila.

Terminou a ligação.

Mordendo o lábio, Priscila deixou o celular, cheia de ressentimentos.

Olhando para ela, André se encontrou meio preocupado e perguntou de novo:

- Afinal, o que aconteceu, querida?

Priscila relatou o conteúdo do telefonema.

Depois de tomar conhecimento, André bateu o punho na mesa por causa de raiva:

- Puxa! Que desavergonhado! Eles até furam as leis para livrar Camila da punição.

- Sim, eu também não previ esse método deles. - Priscila esfregou a testa cansadamente. 

Não é à toa que Leonardo não a impediu de chamar polícia.

Afinal, não importa se ela chame polícia ou não, ele tem jeito para proteger Camila. Foi um erro de cálculo dela.

- Não pode ser assim. Eu vou falar com Leonardo para ter um resultado justo! - Enquanto dizia, André estava para ir embora.

Priscila o impediu:

- Não. Não adianta mesmo que você procure ele. Não temos como vencê-lo.

Ouvindo isso, André pausou os passos. Toda a sua espinha dorsal ficou curvada, exalando um ar arrasado.

Após um momento, ele se virou, apertando os punhos:

- Querida, Camila tem perturbação de identidade dissociativa, isso é verdadeiro?

Priscila piscou os olhos:

- Não sei. Renato Moura fez diagnose para Camila, dizendo que ela tem essa doença. Você sabe quem é Renato Moura, cuja diagnose não deve ser falsa. Mas ainda estou desconfiada e não tenho uma conclusão afirmativa.

André respirou fundo:

- Então, se Camila realmente tem perturbação de identidade dissociativa, considerando a sua má fé contra você, acredito que ela vai continuar a agredir você no futuro, definitivamente. Naquele momento, será que não se trata de violação da lei também?

Priscila puxou o canto de boca, zombando:

- Isso, porque ela é deficiente mental.

- KKK, já que tem deficiência mental, deve ser trancada em um hospital psiquiátrico, ao invés de ser soltada lá fora. - André torceu a boca.

Priscila rolou os olhos:

- Você acha que Leonardo e os pais dela estariam dispostos a deixar Camila num lugar desse? 

André estava sem palavras.

Priscila também ficou silenciosa.

Em breve, André levantou a cabeça para ela e não escondeu o medo na sua voz:

- Querida, acaso vamos liberar esse incidente? Não posso deixar de ser ressentido. Você quase…

Ele não disse as palavras seguintes, mas Priscila entendeu a intenção dele.

Priscila semicerrou os olhos bonitos:

- Claro que não. Camila quer matar-me e como é que posso deixar passar? Vou me lembrar desse ódio e retribuir para ela em múltiplas vezes. Fique tranquilo. Eu não sou pessoa que aguente a injustiça silenciosamente.

André ficou satisfeito:

- Tá bom, então. Seja o que você fizer, eu vou te endossar.

Ele deu um olhar gentil para ela.

Priscila ficou meio perdida.

Foi a primeira vez que ela viu a imagem tão séria dele.

- OK. - Priscila acenou a cabeça sorrindo.

Nesse momento, alguém tocou a porta do gabinete.

Priscila olhou para lá:

- Entre.

Teodora entrou, prestou uma olhada para André e depois reportou para Priscila:

- Diretora Priscila, chegaram os responsáveis das filiais do Grupo Kaiser, dizendo que querem fazer parceria connosco.

- Filiais do Grupo Kaiser? - André franziu as sobrancelhas.

- Sim. - Teodora fez um aceno.

- Quais filiais? - perguntou Priscila.

Teodora respondeu.

Priscila curvou o canto de lábios de maneira satírica:

- São essas! Entendi, isso é indenização que Leonardo faz para mim. Afinal, ele sabe que é incorreto proteger Camila.

O rosto de André ficou vermelho de raiva:

- Quem quer a indenização dele? Expulse as pessoas.

Ele ordenou Teodora.

Priscila o impediu antes de Teodora fazer reação:

- Não precisa.

- Querida, acaso você quer aceitar? - André lhe disparou um olhar desconfiado.

Priscila girou a caneta na mão:

- Porquê não? As indústrias dessas filiais são justamente as mesmas da atuação do nosso Grupo. Claro, é a opção melhor cooperar com ele.

- Mas… - André ainda se sentiu mal.

Priscila deu um olhar sério para ele:

- André, eu sei o que quer dizer. Mas pense no Grupo Caju Delight de hoje, que ainda é incapaz de recuperar muitas das indústrias que atuamos antigamente. Uma razão é faltar dinheiro, uma outra é que não temos parceiros do mesmo setor. Agora esses parceiros vêm procurar-nos ativamente, porque não vamos utilizar?

André mexeu os lábios e deixou de rebater.

Priscila acrescentou:

- Não importa porque Leonardo fez isso, está nos ajudando esta vez. O Grupo Caju Delight precisa dessa cooperação para se desenvolver melhor. Além disso, fique tranquilo. Eu aceito essa parceira, mas não representa que vou esquecer o ódio desta vez.

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