Ela sussurrou discretamente no ouvido de Gildo: “Não foi nada grave, só me senti um pouco indisposta. Se chamassem um médico aqui no hotel, talvez o senhor e a senhora pensassem que eu sou alguém difícil de agradar”.
Gildo sentiu cócegas com o sopro suave das palavras dela, e um leve sorriso surgiu em seus lábios finos. “Está bem, o que você disser, assim será”.
O Sr. Paixão e a Sra. Paixão cumpriram cordialmente o papel de anfitriões e os acompanharam até a suíte do hotel.
A tia exibia um rosto radiante, como se o desconforto ocorrido à mesa de jantar não passasse de uma ilusão.
Zenobia pensou que, se algum dia também adquirisse essa habilidade, certamente conseguiria lidar com qualquer situação sozinha.
“Gildo, foi uma surpresa maravilhosa você poder ficar esta noite. Vou mandar alguém buscar vocês para o jantar, que tal voltarem à casa da família Paixão para uma refeição em família?”
Sem hesitar, Gildo recusou a proposta da Sra. Paixão. “Tia, Zenobia não está se sentindo bem, não é adequado que ela fique indo e voltando. Fique tranquila, não vou deixar que ela passe fome”.
O Sr. Paixão sorriu em seguida. Aqueles que prestavam atenção percebiam claramente que, no coração de Gildo, a prioridade estava evidente. “Com essas palavras, ficamos tranquilos. Para ser sincero, nosso maior receio era que Zenobia ficasse com fome”.
Zenobia entendeu o cuidado que, naquele momento, o Sr. Paixão demonstrava por ela.
Era igual à indiferença anterior da Sra. Paixão.
Tudo por causa de Gildo.
Por isso, ela não se entristecia pela falta de atenção da Sra. Paixão, nem se alegrava com a preocupação do Sr. Paixão.
Ela enxergava a situação com clareza.
O hotel situava-se à beira-mar.
A suíte possuía uma grande janela do chão ao teto, e o vento do ar condicionado refrescava o rosto, tornando o sol forte apenas brilhante, sem ser abrasador.
Só então Zenobia se sentiu mais confortável.
Aquela pedra que comprimira seu peito finalmente se desfez.
Assim que entrou na suíte, Gildo recebeu uma ligação do assistente.


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