No camarote luxuoso, o ar parecia uma névoa, impregnado pela doçura do champanhe.
Franklin Sampaio abriu os braços, segurando uma modelo jovem de cada lado, e lançou um olhar provocador para Leonel Mendes.
“Está brincando? Como o Gildo poderia querer vir aqui?”
Leonel deu de ombros; ele também não compreendia a situação.
Só sabia que Gildo tinha lhe enviado uma mensagem, dizendo que precisava ir ao hospital, sem deixar claro se ele mesmo estava doente ou se era Zenobia quem precisava de cuidados.
Depois, ele avisou que estava no Sublime Club e pediu que Gildo passasse lá.
Franklin estava prestes a zombar de Leonel, insinuando que talvez o excesso de trabalho como médico tivesse afetado sua cabeça.
No entanto, antes que pudesse dizer qualquer coisa, ouviu-se um movimento na porta.
O próprio dono do Sublime Club entrou, conduzindo Gildo.
Gildo, com um olhar frio, analisou todo o ambiente antes de se sentar ao lado de Fidel Tavares.
Aquela atitude deixou Fidel completamente confuso.
Antes, Gildo sempre evitava cruzar com ele, agora era Fidel quem tentava evitar Gildo a todo custo.
A crise recente, quando Gildo ameaçou retirar seu investimento, ainda não tinha sido totalmente resolvida; Fidel tivera muito trabalho para contornar a situação e, naquele momento, não ousava se envolver em qualquer conflito com Gildo.
Talvez percebendo o desconforto de Fidel, Gildo falou com naturalidade: “Não pense besteira, lá do outro lado tem mulheres demais.”
Fidel olhou ao redor e constatou que era verdade.
Ao redor daqueles dois havia várias mulheres, enquanto ao seu lado o espaço estava relativamente vazio.
Fidel franziu os lábios, preferindo não responder.
Com sua experiência de anos como advogado, sentiu que naquele momento Gildo era alguém que não se deveria contrariar.
Apesar de sempre ter um semblante frio, naquela noite havia algo diferente.
Naquela noite, a insatisfação de Gildo estava estampada em seu rosto.
Leonel, percebendo o clima, levantou-se do meio das mulheres e foi sentar-se ao lado de Gildo.

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