Amor Morto, Casamento Absurdo romance Capítulo 23

Filomena sorriu com alegria. “Eu e seu pai não precisamos de muito dinheiro, esses gastos são necessários e devem ser feitos!”

Zenobia caminhou de braço dado com Filomena, sorrindo de forma acolhedora.

Ao levantar a cabeça, deparou-se com dois rostos familiares.

Zenobia franziu levemente a testa, ainda de braço com Filomena. “Mãe, vamos dar uma olhada em outro lugar.”

Filomena também avistou Luciana e Pérola. Seu semblante se tornou rígido enquanto se preparava para se virar, mas foi chamada por Luciana antes que pudesse sair.

“Olha só! Não são as minhas queridas consogras?”

Filomena manteve a cortesia mínima e respondeu com um sorriso: “Olá, consogra, que coincidência, você também veio passear?”

O olhar de Luciana transbordava arrogância, a postura lembrava um pavão empoleirado.

“Consogra, esse título não me cabe mais, ouvi dizer pelo Bruno que Zenobia está prestes a se casar novamente?”

Pérola lançou um olhar de desprezo para Zenobia e Filomena.

Zenobia vestia um vestido branco simples, enquanto Filomena usava um vestido verde-claro no estilo tradicional.

Ambas estavam vestidas de forma muito sóbria, o que só aumentava o desprezo de Pérola, que já as achava com aparência de pobreza.

Zenobia, com voz clara e tranquila, respondeu primeiro a Luciana: “Você me chamou de consogra primeiro; minha mãe respondeu com educação, mas você disse que não aceita esse título. Se não aceita, por que chamou? Além disso, você sabe muito bem como a família Soares me tratou!”

Filomena puxou discretamente Zenobia, indicando que ela não deveria ser tão confrontadora.

Filomena, mulher de natureza gentil, considerava que, não tendo havido grandes desentendimentos, era melhor manter a cordialidade, mesmo que não fizessem mais parte da família Soares. Afinal, todas viviam em Rio Dourado e havia algum grau de convivência anterior.

Zenobia apertou a mão de Filomena, pensando que foram exatamente essa gentileza e suavidade que fizeram a família Soares acreditar que poderiam ser sempre subjugadas e humilhadas, distorcendo os fatos para pisar sobre elas.

Luciana não esperava que Zenobia, sempre tão dócil e dedicada ao seu filho, e que nunca ousara expressar ressentimentos, reagisse daquela maneira. Por um momento, ficou sem reação.

Zenobia não quis esperar que Luciana se recuperasse do choque. Virou-se para Pérola e, com tranquilidade, declarou: “O quanto recebi de dote e onde gasto meu dinheiro não diz respeito a você. Pelo visto, você está tomada de inveja, exalando amargura e se preocupando à toa com a vida alheia. Em vez de se ocupar com os meus assuntos, deveria pensar em como controlar melhor seu marido, para que ele não volte a incomodar a família Lacerda durante a noite!”