Amor Morto, Casamento Absurdo romance Capítulo 45

Zenobia pensou que cada membro da família Paixão demonstrava tanta educação e cortesia, refletindo verdadeiramente a elegância de uma família tradicional.

Ela descansou por um tempo e, sentindo-se um pouco melhor, tentou se levantar da cama, mas foi impedida por Gildo. “Falei com a Sra. Lacerda, você vai passar a noite na família Paixão, não volte para casa, o tempo lá fora está ruim e não é seguro.”

Zenobia, apreensiva, gesticulou negativamente com as mãos. Ela era uma pessoa relativamente conservadora. “Não, não, não, sem status ou título, ficar aqui não é bom para a sua reputação, vão acabar comentando.”

Já havia aquela família Soares, que não gostava dela, e todos ali eram conhecidos por sua força; não se sabia como as fofocas poderiam se espalhar.

Mas Gildo não mostrou qualquer preocupação. “Que história é essa de status? Você é minha futura esposa. Além disso, nunca me importei com o que dizem lá fora. Se isso te incomodar, tenho cem maneiras de fazê-los calar a boca.”

Aquela autoridade discreta transmitiu a Zenobia uma sensação de total segurança.

Zenobia ficou tranquila e aceitou hospedar-se na família Paixão.

Gildo foi conferir como o quarto de hóspedes estava arrumado, enquanto Zenobia teve tempo para observar o estilo do quarto.

O dormitório, decorado em tons clássicos de preto, branco e cinza, transmitia sobriedade sem ser monótono.

Quadros de artistas pós-modernos estavam pendurados nas paredes, e Zenobia reconheceu de imediato a autoria.

Eram obras de Emílio Moreira, nada fáceis de adquirir.

Em leilões, chegavam a alcançar valores próximos de oito dígitos.

Os pensamentos de Zenobia vagaram para longe. Naquela época, Emílio era seu veterano na Academia de Belas Artes do Rio Dourado. Após a formatura, Emílio foi estudar na Itália, enquanto ela se casou com Rodrigo.

Rodrigo achava que tintas eram bagunça, então ela raramente pintava em casa, reservando apenas um pequeno espaço na varanda do quarto. Quando estava sozinha, por distração, desenhava ou pintava.

Rodrigo nunca compreendeu suas pinturas e jamais as elogiou; de vez em quando, apenas apertava seu nariz e perguntava se ela estava cansada.

Como poderia se cansar fazendo o que gostava?

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