Amor sob Disfarce: Laços de Sangue romance Capítulo 11

Natanael Domingos manteve uma expressão serena, mas um brilho sutil e quase imperceptível cruzou seus olhos. "Não tente esse tipo de truque comigo."

Juliana Rocha ficou atônita por um momento antes de entender o que ele queria dizer. Embora nunca tivesse tido experiências amorosas, ela assistira a novelas suficientes para captar a insinuação. Ele acreditava que ela estava tentando seduzi-lo?

Baixou a cabeça, sem pronunciar uma palavra. Dada a posição dele, tudo o que ele dissesse estaria certo, e ela não tinha o que argumentar.

Virou-se e, sem sequer pensar em se despedir, voltou para o seu quarto.

Sua mãe sempre dizia que ela era muito fria, mas ela queria se defender. Durante o ensino médio, ela era a vice-presidente do grêmio estudantil, conhecida por ser extrovertida e animada, uma imagem que todos reconheciam.

Mas na frente da mãe, ela nunca se atreveu a rir alto ou agir de maneira imprópria, pois isso desagradava sua mãe, que sempre dizia que uma mulher deve agir como tal. No começo, isso era uma tortura, mas depois de seis anos, ela já havia se acostumado a essa serenidade.

Ao meio-dia, Alberto Domingos disse que queria uma sobremesa. Ela aproveitou para preparar algo para ele, melhorando suas habilidades culinárias ao longo dos anos para agradar sua mãe.

Depois de terminar, e sabendo que Alberto provavelmente ainda dormiria por mais um tempo, ela decidiu tirar um cochilo. Na noite anterior, ela havia preparado macarrão para Natanael Domingos e ficou acordada até tarde pensando em várias coisas, o que a deixou com uma leve dor de cabeça.

Ao subir as escadas, encontrou Dona Luísa descendo apressadamente. "Dona Luísa, está com pressa? Algum problema?"

"Oh, é você, Juliana?" Dona Luísa deu um tapinha na cabeça, como se lembrasse de algo. "Veja só, eu estava aqui procurando por você." Ela então entregou a Juliana um saco transparente. "Este é o remédio do senhor, por favor, leve até ele."

"Remédio?" Juliana olhou para o saco, que tinha etiquetas dizendo "depressão, sono." Ela sentiu uma pontada de surpresa. Esse homem tão imponente sofria de depressão?

"Deixe, eu vou levar." Dona Luísa fez menção de pegar o medicamento de volta, mas, pensando na saúde dela, Juliana cedeu.

Abaixo do arranha-céu imponente, Juliana respirou fundo, admirada com a grandiosidade do edifício. Era sua primeira vez em um lugar tão luxuoso, e ela se sentiu como uma pessoa simples entrando em um novo mundo, um pouco nervosa.

Ao chegar à recepção impecavelmente decorada, ela explicou seu propósito. A recepcionista a olhou de cima a baixo com descrença, mas ainda assim, educadamente, pediu que ela esperasse e ligou para o escritório do presidente no último andar.

"Entregar medicamentos? O presidente não está doente, que medicamentos são esses? Vocês sabem mesmo o que estão fazendo?" A secretária desligou o telefone bruscamente.

A recepcionista, repreendida, olhou para Juliana com uma expressão mais dura. "Desculpe, senhorita. Disseram que não houve nenhum pedido de entrega de medicamentos, então, infelizmente, não podemos deixá-la subir." Com isso, ela se virou e não lhe deu mais atenção.