Amor sob Disfarce: Laços de Sangue romance Capítulo 159

"Cala a boca, cala a boca, não quero que você se meta, sai, sai." Sara Nunes tapava os ouvidos, sacudindo a cabeça freneticamente.

"Sara..."

"Sai daqui, o que eu faço é problema meu, chega, tá?"

"Sara, se um dia, Natanael Domingos descobrir que Alberto Domingos só existe por um plano seu e do seu pai, sem nenhum amor envolvido, você acha que ele vai te perdoar? Ele realmente vai te deixar em paz?"

Saulo Nunes falava lentamente, palavra por palavra.

O pânico no rosto de Sara Nunes crescia a cada segundo. Ela olhava para Saulo Nunes, incrédula. "Como... como você sabe disso?"

Saulo Nunes desviava o olhar. "Sara, não é só isso que eu sei. Tudo que você e papai fizeram nesses anos, eu estou ciente. Mas, somos uma família. Eu não vou revelar nada, mas você tem que se afastar de Natanael Domingos!"

Sara Nunes sacudia a cabeça. Não, ela não podia se afastar de Natanael Domingos. Ela vivia por ele. Sem ele, nada mais fazia sentido.

"Saulo Nunes, se você ousar revelar alguma coisa, eu nunca vou te perdoar." Dizendo isso, ela se levantou e começou a caminhar em direção à casa.

Saulo Nunes segurou seu braço, puxando-a com força. "Sara, você está brincando com fogo, sabe disso? Eu não posso ficar de braços cruzados vendo você caminhar para a destruição. Se vocês se separarem agora, mesmo sem amor, pelo menos ele vai sentir remorso."

Depois de falar, ele soltou o braço de Sara Nunes, encarando-a. "Se você insistir em seguir por esse caminho, eu vou fazer com que Natanael Domingos saiba de algo, para forçar a separação." Dito isso, virou-se para partir.

Sara Nunes só se deu conta da gravidade do ato quando viu Saulo Nunes cair. Ela cobriu a boca com as mãos, recuando até tropeçar num canteiro, e então, desabou no chão, a mão machucada sangrando. Mas naquele momento, Sara Nunes estava alheia à dor física. Subitamente, levantou-se e correu de volta para casa, desesperada.

Nilza Nunes Leme, sentada na sala, viu Sara entrar desorientada e levantou-se para encontrá-la, segurando suas mãos. "Sara, mamãe não fez por mal agora há pouco... por favor, não fique chateada comigo, tá bom?"

Na mente de Sara Nunes, as imagens de Saulo caindo não cessavam. Ela afastou as mãos de Nilza Nunes Leme, correu para o quarto, fechou a porta, sentou-se no chão, abraçando os joelhos, tremendo inteira.

Pouco tempo depois, o som de uma ambulância do SAMU, misturado ao da sirene da polícia, ecoava lá fora.

Ela estava pálida como um fantasma.