Amor sob Disfarce: Laços de Sangue romance Capítulo 93

Juliana Rocha deixou aquele lugar há 6 anos. Desde então, cortou o contato com todos que conhecia, embora às vezes se perguntasse se alguém ainda se lembraria de sua existência. Nunca, porém, imaginou que essa pessoa pudesse ser Mateus Batista.

Durante os dois anos em que trabalharam juntos, eles brincavam e discutiam, mas, após se separarem, nunca mais se falaram.

Embora talvez fossem mais que amigos, para ela, essa relação nunca justificaria alguém procurá-la por 6 anos.

Na escola, ela era extrovertida e conseguia se relacionar bem tanto com meninos quanto com meninas. Contudo, curiosamente, nunca teve amigos íntimos; suas amizades eram sempre superficiais.

"Srta. Rocha, você está se sentindo mal?" A voz rouca e agradável de Mateus Batista a trouxe de volta à realidade.

Ela esboçou um sorriso forçado, franzindo levemente a testa, e pegou sua xícara de café. "Oh, não, eu só estou surpresa que alguém tão distinto quanto o Presidente Batista ainda se preocupe com alguém por tantos anos."

Ela tomou um gole de seu café, evitando o olhar de Mateus Batista.

Um breve silêncio se abateu sobre o escritório.

"Eu também me orgulhava em pensar que meus sentimentos nunca seriam afetados por uma mulher."

"Mas estava terrivelmente enganado. Só percebi que estava apaixonado por ela depois que ela desapareceu completamente do meu mundo."

Juliana Rocha o fitou, aturdida. Amor desde o ensino médio? Bem, talvez tenha sido ingênua.

Mas, parece que ela estava de sorte recentemente, recebendo confissões de amor uma atrás da outra.

Depois de um silêncio, ela respirou fundo, escondendo suas emoções, e colocou o contrato sobre a mesa. "Tenho curiosidade em saber como é a mulher que conseguiu capturar o coração do Presidente Batista."

Ele ajudou Juliana Rocha a se levantar. "Srta. Rocha, eu te machuquei?"

Ela balançou a cabeça, seus olhos pousando na assinatura de Mateus Batista na última página do contrato. Sentindo-se aliviada, ela pegou o contrato e o guardou em sua pasta.

"Então, Presidente Batista, eu vou indo."

Após alguns passos, ela parou abruptamente e voltou-se para ele. "Presidente Batista, embora eu seja uma estranha e não entenda seu amor, imagino que uma pessoa que desapareceu por 6 anos provavelmente não tem você em seu coração. Por que se prender tanto? Talvez seja hora de seguir em frente."

Com essas palavras, ela fez um aceno de cabeça e se afastou.

Sentada no ônibus, Juliana Rocha observava os documentos em suas mãos, sentindo um peso repentino sobre eles. Em relação a Mateus Batista, não conseguia definir seus sentimentos. Experimentava uma mescla de autopunição, pensando: "Não causei a desgraça, mas alguém se arruinou por minha causa", acompanhada de uma culpa profunda.