Amor Tardio: O Mais Barato dos Pecados romance Capítulo 9

Vitória parecia não ter notado Celeste, sorrindo docemente para Mônica: "Se a Mônica está feliz, pode chamar do jeito que quiser."

Amadeu levantou o olhar, demonstrando certa impaciência: "O que você está fazendo aqui?"

Celeste encontrou aquele olhar frio e entendeu tudo.

Ele claramente havia interpretado tudo errado.

Como era de se esperar, Antônio Lopes, ao ver Celeste, comentou com frieza: "Sra. Barreto, você é mesmo habilidosa. Conseguiu seguir o Amadeu até o nosso próprio lugar de encontro. Todo mundo aqui é de boa família, não acha constrangedor esse seu comportamento?"

Para que mais Celeste teria ido até ali?

Para flagrar uma traição, é claro.

"Não tem graça nenhuma. Você sabe que o Amadeu não gosta de você." Antônio, achando-se conhecedor das intenções de Celeste, balançou a cabeça.

Naquela vez, quando Celeste armou para ser fotografada depois de passar a noite com Amadeu, se não fosse por ele ter abafado o escândalo a tempo, a reputação da Família Nascimento teria sido arruinada.

Uma mulher que aposta a própria reputação para subir na vida.

Todos ali desprezavam isso.

Celeste já estava acostumada a esse tipo de sarcasmo. Como amigos de Amadeu, todos detestavam o que consideravam sua "falta de vergonha".

Vitória permanecia sentada ao lado de Amadeu, com uma expressão serena e delicada, servindo suco para Mônica sem sequer olhar para Celeste, transbordando elegância e confiança.

Ela não demonstrava o menor temor diante do possível confronto.

Celeste sabia bem o que isso significava: quem é amado tem o mundo aos seus pés.

"Irmã, você não ficou chateada, né?" Mônica, ao lado, olhava nervosa para Vitória, preocupada que Celeste incomodasse a mulher que havia conquistado seu irmão.

Vitória não respondeu, apenas sorriu gentilmente.

Amadeu, talvez temendo que Vitória entendesse errado, manteve o rosto bonito e gelado: "Se quiser conversar, vamos lá fora."

Celeste abaixou o olhar, sem dar mais atenção à sala de chá.

No corredor, Amadeu a encarou calmamente: "Como soube que eu estava aqui?"

O tom era calmo, mas deixava clara a desconfiança de que ela o seguira de propósito.

Celeste sustentou o olhar, sentindo um aperto no peito.

"Você está enganado. Não vim atrás de você. Com quem você está, tanto faz para mim."

Eles estavam prestes a se separar; ela não pretendia mais se intrometer.

"Se não se importa, por que pediu licença médica para fugir do trabalho de assessoria de imagem da Vitória? Não acha que está sendo emocional demais?" O olhar de Amadeu era impessoal.

Celeste ainda tinha um tio doente; por que abriria mão de um emprego tão bom?

Afinal, ela não era como Vitória, uma aluna brilhante e cheia de talento.

Diante do olhar indiferente de Amadeu, Celeste não sentiu vontade de se explicar.

Ela deu um passo para trás: "Sobre o divórcio, por favor, agilize o processo."

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