Antes do Amor: A Doce Jornada da Paternidade romance Capítulo 76

Assim que o quarto ficou completamente às escuras, Kátia deu de ombros instintivamente: "Droga! A energia realmente caiu!"

Mas ela logo percebeu que deveria ser algum tipo de pegadinha. Caso contrário, como poderia ser tão coincidente?

Até que o barulho da água no banheiro finalmente cessou. Kátia ficou parada em frente à espaçosa cama de casal, olhando na direção do banheiro, observando a porta se abrir.

"A energia caiu, certo? Você está por trás disso?" - Ítalo disse em voz baixa e rouca, de propósito, como se ela havia feito anteriormente, ao acusá-lo.

Na escuridão, ela o viu saindo em um roupão, alto e imponente.

Kátia permaneceu em silêncio.

"Não precisa pensar muito. Tenho certeza de que a ideia foi das crianças." - Ítalo, secando o cabelo com uma toalha, caminhou em direção a ela: "Que tal dormir aqui esta noite?"

"Como você sabe que a ideia foi das crianças? Foi você quem sugeriu?" - ela retrucou.

O homem se divertiu: "Sim! É claro! Fui eu quem sugeri, porque quero dormir com você."

"...!" - A mulher quase cuspiu sangue de raiva.

Na escuridão, o homem jogou a toalha de lado e se enfiou debaixo do cobertor.

Kátia se virou de repente: "Então! Você não vai fazer nada?"

"Fazer o quê?" - Ele estava surpreendentemente calmo.

Ela ficou ansiosa e correu em direção a ele: "Não trouxe meu celular, então use o seu para ligar para o Rodrigo, está bem?"

No início, Ítalo queria convencê-la a não resistir, pois não ela poderia vencer seus dois filhos, mas depois pensou melhor e desbloqueou o celular para ela.

Depois de pegar o celular, ela tentou ligar para o telefone fixo da sala de estar, mas ninguém atendeu.

Ele tentou ligar para Sofia, mas ninguém atendeu.

Em seguida, ele ligou para Rodrigo e, novamente, ninguém atendeu.

Ela se deitou novamente na cama, dessa vez sem as crianças entre eles... Ah, que intimidade!

Ítalo deitou-se do outro lado, lembrando-se do que havia visto inadvertidamente no banheiro: a longa cicatriz em seu abdômen ainda o chocava profundamente.

Kátia ficou tensa, e virou-se para olhar o perfil do homem: "Você se arrepende de termos oficializado nosso relacionamento? Parece que não lhe falta nada. Você deseja amar ou ser amado?"

"Nunca me arrependi de nada que fiz." - Essa foi sua resposta. Quanto ao amor, ele escolheu o silêncio.

"Obrigada de qualquer forma." - Ela disse com sinceridade, porque realmente se importava com o que as crianças pensavam.

Agora que havia lhes dado um lar completo, ela sentiu que havia realizado um dos desejos de seus filhos.

Naquele momento, veio à sua mente a lembrança de sete anos atrás... aquela noite em que dois jovens, cheios de vigor e sob a influência de drogas, ficaram entrelaçados...

Ele perguntou: "Você acredita em destino?"