Antes do Amor: A Doce Jornada da Paternidade romance Capítulo 8

Kátia observou Otávio novamente e sua respiração ficou mais pesada, reprimindo as lágrimas de tristeza em seus olhos, enquanto um leve sorriso se formava em seus lábios.

Ela estava segurando um copo com medicamentos enquanto se sentava em uma cadeira em frente à cadeira de rodas, segurando a mão do homem de meia-idade com a outra: "...Otávio." - Sua voz soou rouca.

Em apenas seis anos sem se verem, ele estava irreconhecível, com muitas rugas no rosto, um olhar vazio e um corpo levemente trêmulo.

"Otávio, não tenha medo, sou eu." - A moça, tentando conter sua dor, o confortou gentilmente: "Eu sou a Kátia, você ainda se lembra de mim?"

O homem na cadeira de rodas inclinou a cabeça, como se não tivesse ouvido as palavras dela. Os dedos que ela segurava ainda tremiam intensamente, talvez devido ao medo das agressões que havia sofrido. Ele ficava nervoso ao ver pessoas, como se cada movimento fosse um lembrete das experiências traumáticas que o haviam marcado.

Kátia soltou sua mão, enxugou as lágrimas nos cantos de seus olhos e, pacientemente, deu-lhe o medicamento, colherada por colherada...

Ao se lembrar dos eventos de seis anos atrás, as lágrimas inevitavelmente umedeceram seus olhos novamente.

Sua vida e a das crianças foram presentes de Otávio, algo de que ela se lembraria pelo resto de sua vida.

Então, com um olhar determinado, ela jurou que o curaria. E faria com que os responsáveis pagassem por tudo o que ele havia sofrido.

Após dar a medicação a Otávio, Kátia pegou um lenço para limpar gentilmente os cantos de sua boca e depois instruiu a equipe a ajudá-lo a se deitar para descansar.

Quando ela chegou à sala de estar, seu celular tocou - era uma ligação do Canadá. Assim que Kátia atendeu, uma voz urgente ecoou do outro lado da linha:

"Chefe! Estamos com um problema! Os pequenos desapareceram!"

Ao ouvir isso, Kátia apenas franziu ligeiramente a testa, demonstrando calma em contraste com a urgência de seu interlocutor: "Certo, estou ciente."

Depois de encerrar a ligação, uma sutil preocupação brilhou nos olhos negros como joias da garota.

A noite caiu e as luzes brilharam intensamente na luxuosa Mansão Vista do Lago Azul.

Um Lamborghini de edição limitada estava estacionado no pátio, e Ítalo, com as mãos nos bolsos, olhava a noite pela janela de seu escritório no segundo andar.

Ele já havia revisado as informações sobre Kátia e estava começando a se familiarizar com os assuntos da família Silva, sentindo-se levemente tocado.

No entanto, ainda se surpreendia com o fato de filha da família Silva ter se envolvido com um homem sem-teto, engravidado antes do casamento e fugido com ele.

E o que dizer de Leandro? Como ele poderia ser tão falso? Usando o nome da família Silva e tentando colaborar repetidamente com o Império Sólido Investimentos, foi descartado imediatamente! Algo claramente estava errado com o caráter dele.

Naquele momento, o celular de Ítalo tocou, trazendo-o de volta à realidade. Ao ver quem estava ligando, ele franziu ligeiramente a testa.

O telefone não parava de tocar, e ele deslizou o dedo para atender, aproximando o aparelho do ouvido. "O que aconteceu?" - Ele sempre havia imposto a regra de que, fora do horário de trabalho, seu assistente não o incomodaria, a não ser que fosse algo realmente importante.