Antes do Amor: A Doce Jornada da Paternidade romance Capítulo 98

A chuva aumentava cada vez mais... Ao se lembrar da longa cicatriz no abdômen dela, Ítalo involuntariamente acelerou o passo.

"Kátia!" - Ele avançava com o guarda-chuva, por um caminho difícil: "Kátia!" - A visibilidade ia diminuindo, e ele olhava ao redor, buscando com o olhar a figura dela.

O barulho da chuva era intenso, e naquele momento, Kátia já estava na metade da encosta. Como ela poderia ouvir?

As orquídeas selvagens Dendrobium candidum eram muito raras e de grande valor medicinal.

Por isso, Kátia cavava com as mãos, desenterrando-a com a raiz, com a intenção de plantá-la no jardim da Mansão Vista do Lago Azul.

O som do vento e da chuva rugia, como se um exército de cavalos estivesse galopando.

As gotas de chuva, grandes como grãos de feijão, batiam violentamente contra ela, e seu cabelo rapidamente colava em seu rosto.

Ela tinha apenas uma convicção: curar Otávio o quanto antes!

A chuva era tão forte que dificultava a visão; ela, carregando uma bolsa e coberta de lama, corria em direção a um templo abandonado na encosta.

Assim que chegou ao caminho, acabou entrando debaixo do grande guarda-chuva preto de um homem, levantou a mão para tirar a água do rosto e, ao ver Ítalo, a aparência desleixada dela se transformou em surpresa.

Ele olhou para ela: "Sem celular e subindo a montanha em plena tempestade, está tentando me deixar preocupado de propósito?"

"Como... Como você veio?" - Ela ficou paralisada, um pouco incrédula de que aquilo era real.

A chuva aumentava, batendo no guarda-chuva, criando um barulho intenso.

Ítalo passou o braço em volta dos ombros dela, caminhando à frente, e ainda inclinou o grande guarda-chuva na direção dela, enquanto seu próprio ombro rapidamente se molhava.

"Porque seus preciosos filhos foram à empresa me procurar, dizendo que você saiu sem celular. Eles estavam muito preocupados." - O homem perguntou a ela: "Escolheu um dia de chuva torrencial de propósito, para me deixar preocupado?"

"O que você está dizendo?" - Ela virou-se com a bolsa na mão: "Você acha que eu fiz isso para chamar sua atenção? Haha, eu não sou tão entediada assim!"

Pela silhueta, parecia estar ferida.

Então, as duas pessoas bondosas trocaram um olhar e, sem hesitar, aceleraram o passo em direção ao templo.

Kátia, totalmente encharcada, colocou a bolsa no chão, e Ítalo também deixou o guarda-chuva.

"Ai, está doendo... está doendo muito..." - A mulher apoiava a outra em um monte de palha.

Ao ver o abdômen proeminente da mulher, Kátia sentiu um aperto no coração. Será que ela estava prestes a dar à luz? Isso a fez lembrar-se imediatamente de sua própria situação, gerando uma profunda empatia.

"O que aconteceu?" - Ela voltou a si e rapidamente se aproximou: "Está na hora de dar à luz? Está no termo? Quando foi o último exame prenatal?"

"Nós chamamos uma ambulância, e o carro provavelmente chegará logo ao pé da montanha..." - Outra garota, também ofegante por ficar ao lado da gestante, disse: "Na última consulta, disseram que o cordão umbilical estava enrolado duas vezes no pescoço, e o parto estava previsto para o dia 10 do próximo mês."