Após Minha Morte, Aprendendo a Viver Bem romance Capítulo 104

Eu sabia que o Velho Sr. Moreira com certeza queria manter Tomás por perto para discutir estratégias, e quem sabe, até mesmo dar-lhe uma surra.

Checando o Twitter no celular, notei que o alvoroço em volta do vídeo já havia sido abafado.

O departamento jurídico do Grupo Moreira também havia emitido um comunicado, dizendo que haviam notificado as autoridades, e a polícia pôde confirmar que o vídeo era de fato uma falsificação por IA, e não eu pessoalmente.

Porém, não mencionaram o fato de que eu havia sido drogado e posteriormente resgatado por Lúcia e os outros.

Lúcia me ligou, perguntando se eu queria que ela ajudasse a esclarecer a situação, mas eu recusei.

Pelo jeito a família Moreira agiu assim porque já sabiam que foi Teresa quem armou tudo, então isso era para protegê-la.

Entrei no meu quarto e abri a gaveta, de onde retirei o acordo de divórcio.

Imprimi dezenas de cópias do acordo, selecionei duas, assinei meu nome, coloquei minha impressão digital, e as deixei sobre o sofá na sala.

Esperava que Tomás voltasse para assinar, mas ele não retornou durante toda a noite.

Na manhã seguinte, reservei uma van pequena pelo aplicativo, com a intenção de me mudar.

Na verdade, não tinha muitos pertences, apenas itens pessoais.

Não quis levar nenhuma joia, apenas roupas, sapatos e itens de uso diário.

Então, vi a coleira vermelha no canto e lembrei que meu Dudo estava muito bem no exterior, o que me fez umedecer os olhos antes de jogar a coleira no lixo.

Não precisava que Dudo se lembrasse de mim, desde que estivesse feliz vivendo com a tia.

E Tomás também não precisava lembrar que em casa havia um cão que eu tanto protegi, nem mesmo lembrar que eu já estive aqui.

Depois, liguei para Carla.

"Carla, você conseguiu arrumar o apartamento para mim?"

Teresa havia sequestrado sua filha para o meu apartamento, e depois da visita da polícia, eu nunca mais voltei, sempre foi Carla quem cuidou de tudo por mim.

"Eu contratei uma limpeza e mudei a fechadura para uma com senha, a antiga estava quebrada."

"Noémia, onde você está agora? Você vai se mudar?"

"Sim."

Não escondi nada dela, contando brevemente sobre a situação pelo telefone, e ela imediatamente disse que tiraria uma folga para me ajudar.

Desta vez, eu não recusei.

Pensei que estava mentalmente preparada, mas na hora de sair, ainda senti uma espécie de perda.

Quando Carla chegou, a van também já estava lá embaixo.

O motorista era um jovem muito simpático que prontamente me ajudou a transportar as malas.

Antes de partir, olhei para o anel no meu dedo anelar esquerdo, tirei o anel de casamento e o coloquei sobre o acordo de divórcio.

Chegando à porta, toquei no colar em meu peito.

Com a garganta apertada, tirei o colar tremendo e o coloquei junto ao anel.

Não havia mais razão para manter qualquer laço com Tomás.

Carla olhou para mim com compaixão e me abraçou.

"Noémia, tudo vai ficar bem."