Após Minha Morte, Aprendendo a Viver Bem romance Capítulo 222

César parecia ter acabado de sair da obra, ainda vestindo seu uniforme de trabalho, com o rosto coberto de poeira, respirando de forma irregular.

Entretanto, ele não se importava muito, "O que aconteceu com o Tomás?"

"O que mais poderia ter acontecido? Se não por causa daquela Beatriz!"

Carla apertava os punhos, furiosa.

"Mesmo que Tomás esteja confuso, ele não poderia ter esquecido completamente, poderia?"

"E aquela Beatriz, sabendo da situação, como ela ousa usurpar o lugar de outra?"

As duas, ela e Lúcia, começaram uma sessão de crítica, enquanto eu fechava os olhos.

Talvez Beatriz já gostasse de Tomás desde a universidade, talvez seja por isso que ela me odeia tanto.

De repente, pensei em como, toda vez que eu comprava o almoço para ela, com a desculpa de que não queria ou não podia comer, ela tinha um pouco de ódio nos olhos.

Naquela época, eu só achava que ela se odiava por não ser capaz de fazer isso, ou ainda odiava o lugar de onde ela veio.

Nunca pensei que ela me odiasse.

Ela talvez pensasse que eu estava insultando-a com dinheiro, ou que eu apenas lhe dava coisas que eu não queria mais.

Um pouco de ressentimento acumulado ao longo do tempo, e então se transformou numa faca apontada contra mim.

De repente, pude entender por que ela agiu assim.

Mesmo que fosse por um breve momento de felicidade, ela estava disposta a isso.

Lembro-me do que ela disse na família Moreira, eu sempre fui muito amada.

Ela não viu a morte trágica dos meus pais, não viu a dor de ser forçada a casar com Tomás ao longo desses anos.

Mesmo ignorando automaticamente o fato de que Tomás havia me desonrado na empresa por causa dela.

Ela pensava que eu merecia, que tudo isso era o que eu merecia.

Lúcia e Carla continuavam a amaldiçoar Beatriz e Tomás, mas eu já mal podia ouvi-las.

Rafael achou que as duas estavam fazendo muito barulho, ordenou que saíssem para comprar algo para eu comer e algumas necessidades diárias.

No final, só restavam eu e César no quarto do hospital.

Ele sentou ao lado da cama por um longo tempo sem falar, apenas olhando para minha mão enquanto eu recebia a injeção.