Após Minha Morte, Aprendendo a Viver Bem romance Capítulo 63

A voz de Elsa do outro lado da linha quase quebrou.

"Noémia, onde está? Pode ir à delegacia?"

"A Srta. Freitas foi levada pela polícia, eles disseram que ela está sob séria suspeita, foi a sua empresa anterior que fez a denúncia."

"Muitas pessoas viram, o que nós vamos fazer? Todos estão dizendo que a Srta. Freitas será demitida."

Meu coração saltou, e não me preocupando com a tontura, tropecei até um táxi.

Chegando à delegacia, eu tinha me recuperado um pouco, mas ainda sentia a cabeça pesada e as pernas fracas.

César me viu e veio rápido me ajudar, "Você foi ao hospital?"

Eu concordei, sem esconder.

César pareceu pegar casualmente uma mecha de cabelo do meu ombro, eu sabia que estava perdendo cabelo novamente, algo que não poderia esconder por muito mais tempo.

Ele jogou a mecha de cabelo no lixo ao lado e então me ajudou a sentar.

"Fique tranquila, Carla está bem, é só a empresa anterior causando problemas, mas eles não têm evidências suficientes."

"Foi por causa daquele projeto de licitação?"

Eu tinha uma ideia do que estava acontecendo, e ao ver César assentir, respirei aliviada.

Quando Carla saiu, fiz com que a empresa fornecesse uma declaração de irresponsabilidade, assinada e carimbada pelos líderes.

Quando vi Carla, o Sr. Naia e seu cunhado ainda estavam furiosos.

"É tudo por causa de ela ter se demitido, isso fez com que o projeto não pudesse continuar, e agora aconteceu um grande acidente!"

"Agora que o design do projeto falhou, estamos falando de milhões em indenizações, claro que ela tem que assumir a responsabilidade!"

Os dois falaram com grande autoridade, mas eu apenas ri.

Vendo-me sentada ali, o chefe olhou para mim desaprovadamente.

"O país tem leis, não é simplesmente o que vocês dizem que vale. Carla tem que pagar!"

"Se ela não pagar, vai para a cadeia, de qualquer forma ela tem que assumir a responsabilidade."

Carla ainda não tinha voltado do interrogatório quando me levantei e tirei a declaração da minha bolsa.

Essa declaração tinha estado sempre comigo, mas com tantos acontecimentos, eu tinha esquecido de tirá-la.

"Carla foi demitida, passamos pelo processo de arbitragem, e ela foi compensada de acordo com a fórmula, o Ministério do Trabalho pode verificar, ela não pediu demissão voluntariamente."

"Além disso, aqui está a assinatura do líder dela, provando que desde que Carla deixou a empresa, ela não é responsável por nenhum projeto da empresa, nem pode receber qualquer pagamento adicional."

Eu estava prestes a entregar a declaração para o policial, quando os dois insistiram em tentar tirar o documento das minhas mãos.

Quase por reflexo, me virei, mas ainda assim fui empurrada com força.

Já me sentindo tonta, meu corpo se inclinou para frente, prestes a cair.

Felizmente, César foi rápido e me segurou, enquanto os policiais contiveram os agressores.

"Está tudo bem? Quer ir ao hospital?"

César olhou para mim preocupado, mas eu sacudi a cabeça, ainda havia assuntos pendentes aqui que precisavam ser resolvidos.

"Os efeitos colaterais da quimioterapia estão muito severos, talvez você deveria..."