Após o Divórcio, Me Tornei Uma Bilionária romance Capítulo 323

No dia seguinte, o quarto tinha as janelas abertas.

Numa manhã de inverno, com neblina espessa, uma brisa suave entrava, gelando o pequeno rosto de Lyra.

Ela se virou e abraçou Malcolm, que estava ao seu lado.

Depois de mais uma noite absurda, ela parecia exausta, totalmente sem descanso.

O despertador na mesa de cabeceira tocou.

Hoje era o grande dia de encerramento das filmagens de Melissa no set, e Lyra precisava se levantar cedo para dar uma olhada, enviar seus melhores desejos e entregar um presente de encerramento.

Ela lutou contra o cansaço, levantou-se e se arrumou.

Malcolm acordou também, seus longos cílios tremulando suavemente, com os olhos meio abertos e uma ruga suave na testa.

Não havia luz alguma em seu campo de visão, apenas escuridão.

Ele não entendeu de imediato, disse:

- Lyra, você fechou a janela? Está meio escuro aqui dentro.-

Lyra estava cuidando da pele diante da penteadeira e, ao ouvir isso, sua mão parou abruptamente.

Ela se virou instintivamente para olhar a grande janela aberta e ficou perplexa.

- Não, a janela está aberta, o que há de errado?

O coração de Malcolm afundou.

Será que ele não pode ver novamente...

Quanto tempo levará para recuperar a visão desta vez?

Ele respondeu com calma, sem se alarmar:

- Está tudo bem, talvez eu esteja um pouco cansado de ontem à noite, ainda não estou completamente acordado. Vou dormir mais um pouco.

Ele fechou os olhos e voltou para debaixo das cobertas sem fazer alarde.

Lyra riu baixinho e se sentou na beira da cama, acariciando suavemente o rosto de Malcolm.

- Você vive dizendo que vai me devorar, mas parece que até o grande lorde das terras também fica cansado às vezes.

Malcolm sorriu, ainda de olhos fechados.

- Você pode ir fazer suas coisas, não precisa se preocupar com o café da manhã para mim, eu vou fazer quando acordar.

- Está bem, descanse um pouco mais. Vou deixar você se recuperar nos próximos dois dias, então não fique pensando em me devorar o tempo todo!

Malcolm assentiu obedientemente.

- Entendi.

Lyra beijou o rosto dele e se levantou para continuar sua rotina de maquiagem.

Ela levava apenas dez minutos para fazer uma maquiagem de trabalho para o dia a dia. Quando terminou de se arrumar, Malcolm ainda estava dormindo profundamente. Ela não queria acordá-lo, então saiu do quarto em silêncio.

Saindo de Lyre Spiti com Onze ao seu lado, Lyra chegou à porta da garagem quando parou abruptamente.

- O que há de errado, senhorita? - Onze perguntou com confusão.

Lyra ficou com uma expressão séria, lembrando as palavras de Malcolm logo após acordar.

- Ele não está bem.

- Srta. Lyra a quem você se refere como ele?

Lyra não teve tempo de responder. Ela virou-se e correu de volta para Lyre Spiti.

- Malcolm!

Ela subiu as escadas, empurrando a porta do quarto.

Malcolm, que estava na cama momentos antes, havia desaparecido. O quarto estava vazio, sem sinal dele.

Lyra estava perplexa. Ela não tinha estado fora por tanto tempo, então como Malcolm teria saído tão rápido?

- Malcolm?

Ela chamou, mas não obteve resposta. Ela sentiu a cama e ainda estava quente, indicando que ele havia acabado de sair.

Mas a casa estava estranhamente silenciosa, sem nenhum sinal de vida. Lyra verificou todos os quartos, mas não encontrou Malcolm em lugar algum.

Ele saiu tão rápido? Como ela não o viu na volta?

Ela ligou imediatamente para Chad.

- Malcolm foi trabalhar?

Um pressentimento sinistro se apoderou dela e ela moveu a mão em direção ao rosto de Malcolm, sacudindo-o levemente.

Mas seus olhos não reagiram, permaneceram como poços de escuridão, sem qualquer resposta.

Lyra cobriu a boca com a mão e lágrimas começaram a escorrer sem controle. Malcolm... Ele estava cego?

Com cuidado, ela estendeu a mão em direção a ele.

- Malcolm...

Ao ouvir sua voz e sentir seu toque, Malcolm deu um leve sobressalto e rapidamente ergueu o braço para cobrir o rosto, escondendo seus olhos dela.

- Como isso pode acontecer?

Lyra enxugou as lágrimas, reprimindo o soluço, e tentou abraçá-lo.

- Malcolm, não tenha medo, estou aqui...

Mas ele resistiu, recusando-se a ser abraçado. Sua voz continha um tom autodepreciativo.

- Agora você sabe. Sim, estou cego. Não preciso de pena de ninguém. Saia daqui!

Ele havia presumido que, como nos últimos dias, sua visão gradualmente retornaria. Ele estava se escondendo, esperando em silêncio. Mas dessa vez, não aconteceu.

Sua cegueira veio de repente e ele mal teve tempo de se preparar ou de cuidar de Lyra.

- Malcolm, eu não vou embora. Eu não vou a lugar nenhum! Por que eu deveria sentir pena de você? Eu te amo, e meu coração dói por você!

Lyra segurou firme a mão dele, tentando dar-lhe segurança.

- Eu vou curá-lo. Acredite em mim. Você vai ficar bem! Você vai ser saudável e viver uma vida longa! Nós vamos viver uma vida feliz como qualquer outra. pessoas!

Malcolm balançou a cabeça.

- De jeito nenhum, Lyra. Eu não tenho chance.

O vírus em seu corpo se espalhou. Ele estava completamente cego e esperava-se que em breve ele também ficasse surdo, pois o vírus corroía os nervos de seu cérebro pouco a pouco.

Ele realmente não pode sobreviver a este inverno.

Lyra segurou seu rosto frio e repetiu várias vezes:

- Vamos encontrar o Dr. Y, e se ele não puder ajudar, vou trazer Micah. Ele com certeza pode te curar. Malcolm, se você perder a visão, deixe-me ser seus olhos. Nós ainda nos casaremos, teremos filhos adoráveis e uma vida feliz como qualquer outra pessoa! Eu nunca, nunca vou te abandonar!