— Karina! — Ademir perdeu completamente o controle de suas expressões ao ver a cena, pegando Karina nos braços. — Vamos para o hospital!
A dor era tão intensa que Karina não conseguia recusar a ajuda de Ademir.
Desde o início da gravidez, Karina nunca havia se sentido tão mal.
Ela até começou a pensar que talvez o bebê já não pudesse mais esperar por sua decisão, e que ele mesmo já havia tomado a sua própria.
O pai da criança não sabia de sua existência, e talvez nem estivesse preparado para recebê-la.
E a mãe... Era tão frágil.
Karina mal conseguia se manter firme na própria vida...
Será que, então, o bebê estava se despedindo de sua mãe?
De repente, Karina agarrou a camisa de Ademir com tanta força que os músculos de seu pescoço ficaram visíveis, tensos.
— Ademir! — Ela chamou o nome dele, desesperada.
— Diga.
Talvez fosse o efeito da dor, mas Karina sentiu uma suavidade incomum naquele homem, uma gentileza em seu olhar e em sua voz que nunca havia notado antes.
— O bebê... — Começou Karina, com a voz rouca. — Salve meu bebê, por favor!
Ademir abaixou a cabeça e beijou sua testa fria, dizendo:
— Não se preocupe, tudo vai ficar bem. Você e o bebê, ambos estarão bem!
Pensando na reputação de Karina, Ademir decidiu não levá-la ao Hospital J.
— Doutor! — Ademir entrou correndo no hospital, ainda segurando Karina nos braços. — Levem-na para exames! Chamem logo a Dra. Coelho, do departamento de ginecologia e obstetrícia!
— Certo!
As enfermeiras pediram que Ademir saísse da sala, mas Karina segurou sua mão, o medo impedindo ela de deixá-lo ir.
— Os familiares não podem ficar aqui dentro!
Karina, como médica, sabia dessa regra.
No entanto, ela também era humana, e humanos tinham momentos de descontrole.
— Ademir, Ademir...
Ela nem sabia mais o que queria dizer, apenas repetia o nome dele incessantemente.
Ademir apertou a mão de Karina contra sua própria bochecha, dizendo com ternura:
— Agora, ela está fora de perigo. — Respondeu o médico. — Ela apenas ficou muito abalada emocionalmente, mas, felizmente, foi trazida a tempo. Em breve, a enfermeira vai lhe entregar um manual de cuidados, e você precisa estudar bem como cuidar dela.
— Certo.
O quarto ficou em silêncio. Ademir puxou uma cadeira e se sentou ao lado de Karina.
"Ela realmente tem um gênio forte", pensou Ademir, se lembrando de como, mais cedo naquele dia, Karina havia deixado Vitória sem reação depois de uma briga.
A enfermeira trouxe o manual de cuidados, e Ademir agradeceu antes de guardá-lo.
Entediado, começou a folhear o manual, de vez em quando lançando um olhar para Karina.
Na mente de Ademir, uma frase dita por Karina continuava a se repetir.
Ela devia amar muito Túlio.
Karina estava tão apavorada com a ideia de perder o bebê deles...
O semblante de Ademir se tornou cada vez mais frio, e ele olhou para Karina com um sorriso amargo nos lábios.
Em voz baixa, murmurou:
— Se você ama tanto o Túlio, por que apareceu na minha vida?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...