— Filipe.
Patrícia perdeu completamente a vontade de continuar dormindo, o rosto tomado por uma palidez de pura raiva.
"O que ele pensa que está fazendo? Depois de tudo que foi dito, de tudo que aconteceu ontem à noite... Ele quer fingir que nada aconteceu?"
— Me coloca no chão.
— Tudo bem.
Ao chegarem ao banheiro, Filipe a colocou no chão, mas ainda assim continuou a segurá-la nos braços.
Patrícia estava furiosa:
— O que exatamente você quer?
— O que foi? — Filipe respondeu com um ar de inocência. — Você pediu para eu te colocar no chão, não coloquei? Até quando faço o que você quer, ainda assim sou repreendido? A Dra. Patrícia tem mesmo um temperamento difícil.
Ele sorriu e completou:
— Mas eu não me importo com isso. Eu já disse, enquanto não nos separarmos, de todo o resto... Eu escuto você.
Patrícia levantou o rosto, encarando ele:
— Filipe, esse é o verdadeiro você, não é? Todo esse ar de cavalheiro, de nobre... E só fachada. Um verdadeiro cavalheiro me deixaria ir.
O silêncio tomou o ar por dois segundos.
Filipe assentiu com a cabeça:
— Você tem razão. Mas isso só vale quando se está separado. E nós ainda não estamos.
Patrícia estava atônita. Nunca imaginou encontrar alguém assim.
— Se não gosta de me ver, tudo bem, eu saio. — Filipe disse, acariciando carinhosamente os cabelos dela. — Não fique se irritando o tempo todo, isso faz mal para a saúde.
Dizendo isso, ele se virou e saiu.
Patrícia respirou fundo, sem explodir.
Depois de se arrumar, saiu do banheiro. Não viu Filipe. Mas, ao entrar no closet para trocar de roupa, o encontrou lá dentro, arrumando algo.
— O que você está fazendo?
Mesmo depois de terem assumido o relacionamento, Filipe tinha vindo visitá-la, mas eles ainda não moravam juntos. Não havia nada dele ali.
O que ele estava arrumando?
Filipe soltou o que segurava, puxou ela para seus braços e a envolveu com força. Com um suspiro, murmurou:
— O que mais eu preciso fazer para você entender que eu não vou me separar de você? Você não é comum. Para mim, só existe você. Eu não vou te deixar, não consigo.
...
Patrícia ficou tão chocada que não encontrou palavras.
Se fosse fácil encontrar alguém para substituir, por que ele teria insistido por três anos?
Ela fechou os olhos e chorou, dominada pelo desespero.
Quando descobriu que era apenas uma substituta, não chorou. Quando decidiu terminar tudo, também não chorou. Mas a persistência dele... Essa sim, a fez desabar.
Patrícia chorava e, entre lágrimas, o xingava, se agarrando ao colarinho da camisa dele.
— Eu sou uma pessoa horrível. — Filipe, como se não sentisse nenhuma dor, levantou a mão para enxugar suas lágrimas, embalando ela como se fosse uma criança. — Eu te magoei, te fiz infeliz. Pode me bater, me xingar, o que quiser... Só não me deixe. Patrícia, por favor, não me deixe.
Se inclinando, beijou-lhe a face com ternura.
— Desde o momento em que você aceitou ser minha noiva, já está decidido... Vamos ficar juntos. Para sempre.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...