— O que foi?
Eles compreendiam bem o estado em que Ademir se encontrava.
— O que houve com o Filipe?
Pelo visto, ele não estava em condições melhores que as de Ademir.
Ademir tomou um gole de vinho e se virou para olhar Filipe:
— O que aconteceu com você?
O fato de ele aparecer ali naquela noite já era estranho. Nos últimos tempos, não estava grudado em Patrícia todos os dias? Sempre que tentavam encontrá-lo, ele dizia que não tinha tempo.
Filipe não quis dar detalhes:
— Mulher a gente não pode mimar demais... Como é que eu pude ficar colado o tempo todo?
Ademir riu, desmontando a desculpa sem rodeios:
— Eu acho é que ela que não deixa você ficar por perto.
A firmeza na voz dele não deixava margem para dúvidas, como se apenas constatasse um fato.
Filipe lhe lançou um olhar de reprovação:
— Só você que entende dessas coisas, é?
— Eu não entendo mesmo. — Ademir não discutia com gente de coração partido. — Desde o começo de vocês dois, eu já achava que não ia acabar bem. E não é por ela ser amiga da Karina que eu tomava o lado dela.
— A culpa é minha, então? — Filipe esboçou um sorriso amargo.
Ademir suspirou e disse:
— Não estou dizendo que é culpa sua. Você sempre se importou demais com o passado, isso é um problema seu. Mas a Patrícia é inocente nessa história. Puxar ela para dentro dos seus fantasmas não é justo com ela.
— Então, do jeito que você fala, eu devia passar a vida inteira sozinho? Não posso ter uma namorada?
— Claro que pode. — O copo de Ademir estava vazio, e ele se serviu novamente. — Mas se pergunte... Por que foi justamente a Patrícia?
Ele ergueu o copo e tomou dois goles.
— Foi por causa do rosto da Patrícia, não foi? Se você disser que não pensa mais no passado, eu não acredito. — Ele deu uns tapinhas no ombro do amigo. — Já se passaram tantos anos... Você também devia deixar isso tudo para trás.
Filipe não respondeu.
Durante a reunião, Filipe folheava uma pilha de documentos e, entre eles, encontrou os da família Santos.
— Esse aqui...
— Sim. — Ademir olhou rapidamente e explicou. — O Paulo também está tentando fechar uma parceria dessa vez.
Paulo era um jovem competente.
No início, quando começou a cuidar dos assuntos da família Santos, ainda era um pouco impulsivo. Mas, considerando o porte da família Santos e os problemas que surgiram nos últimos anos sob a administração do antigo Sr. Santos, o fato de Paulo ter conseguido manter a empresa em crescimento já dizia muito sobre sua capacidade.
Porém, no mundo dos negócios, muitas vezes, competência não era o suficiente. Gente capaz existia aos montes, o difícil era ter a chance certa.
Filipe hesitou por um momento e puxou os documentos da família Santos para mais perto.
— O que foi? — Ademir percebeu e comentou, em tom de brincadeira. — A Patrícia te dispensou e agora você quer se vingar? Vai cortar a chance da família Santos? Ou está pensando em usar isso para ameaçá-la?
Ademir continuou:
— Vê aí o que você quer fazer, decide como achar melhor.
No fim das contas, era apenas uma parceria. Filipe nunca foi de agir por impulso. Independentemente da decisão, aquilo não afetaria a relação entre as duas empresas.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...