A questão com Filipe... Seria mentira dizer que não a afetara nem um pouco. Ela achava que já tinha se ajustado bem o suficiente, mas, mesmo assim, sua mãe acabou percebendo.
Contudo, não era algo que ela quisesse comentar.
Ela não queria que a mãe sofresse por sua causa.
— Mãe, está tudo bem comigo. — Patrícia disse com um sorriso radiante.
Laura suspirou, sem saber o que fazer.
— Se não quiser falar, não fala. A mamãe não vai forçar você. — Laura levantou a mão e acariciou o rosto da filha. — Patrícia, você é o nosso tesouro, meu e do seu pai. Não importa o que aconteça, estaremos sempre aqui com você. E tem também o seu irmão.
— Tá bom. — Patrícia assentiu com um sorriso.
Estava tudo bem. Ela iria se curar. Um dia, tudo o que aconteceu entre ela e Filipe seria apenas uma lembrança distante.
— Pronto. — Após terminar de pentear os cabelos da mãe, Patrícia falou sorrindo. — Vou lá ajudar o papai.
— Vai lá.
Patrícia desceu as escadas e, assim que entrou na cozinha, levou um susto:
— Pai, por que comprou tanta comida hoje?
— Tanta? — Ruben, que estava organizando os ingredientes, ergueu os olhos. — Achei que fosse pouco, na verdade.
— Imagina! Será que eu como tanto assim? — Patrícia brincou, mas logo suspeitou. — Vamos receber visita hoje à noite?
— Acertou. — Ruben confirmou com a cabeça e começou a dar ordens. — Limpe esses aqui para mim.
Os filhos, desde pequenos, sempre estiveram ao lado dele na cozinha, e por isso cozinhavam muito bem.
— Quem vem? — Patrícia perguntou, curiosa.
Hoje em dia, quando se recebia alguém, normalmente era em um restaurante. Para alguém ser recebido em casa, e ainda com o pai cozinhando, só podia ser uma visita especial.
— O Sr. Pinto. — Disse Ruben.
...
Patrícia ficou paralisada, achando que tinha ouvido errado:
— Quem?
— O Sr. Pinto. — Ruben pensou que ela não tivesse escutado direito.
— Já vou.
...
Filipe chegou junto com Paulo, e ainda era relativamente cedo.
— Pai, o Sr. Pinto chegou. — Paulo anunciou ao entrar na sala com Filipe.
— Sr. Pinto. — Ruben saiu da cozinha sorridente e apertou a mão de Filipe. — Que bom que você veio! Por favor, se sente.
— Tio, não precisa dessa formalidade toda. Pode me chamar de Filipe.
Ao ouvir isso, Ruben trocou um olhar com Paulo. Ambos pareciam entender o verdadeiro motivo por trás da visita.
Filipe se sentou com um sorriso e olhou ao redor da sala, mas não viu Patrícia.
— Sr. Pinto, aceita alguma coisa para beber? Chá ou café?
— Tio, por favor... Pode me chamar de Filipe. — Filipe não respondeu à pergunta e fez questão de corrigir o modo de tratamento. — Todos me chamam assim.
No instante em que ergueu os olhos, pelo canto da visão, ele captou uma silhueta familiar. Parecia ser Patrícia... E vinha da direção da cozinha?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...