Chocolate quente não era uma daquelas coisas que se encontrava facilmente nas lojas por aí.
Mas sua mãe costumava dizer que o que vendiam fora não era saudável, que até os ingredientes podiam não ser bons.
Por isso, ela sempre fazia tudo em casa.
O sabor que resultava, naturalmente, era completamente diferente do das coisas compradas.
Karina não tomava aquele chocolate quente caseiro havia muitos anos, mas agora... Por alguma razão, sentia o mesmo sabor naquele copo em sua mão.
Como isso era possível?
Ela olhou para a esposa de Levi.
Tinha se passado tanto tempo.
Quando sua mãe morreu, Karina tinha apenas oito anos. Agora, já estava na casa dos vinte.
Mais de uma década era tempo suficiente para mudar a aparência de uma pessoa, ainda mais quando as lembranças já não eram tão nítidas assim.
Karina simplesmente não conseguia associar a mulher à sua frente com a jovem que vivia em suas memórias.
Aquela ideia lhe parecia absurda demais.
Sua mãe... Já tinha morrido há muitos anos.
Como poderia estar viva?
E mais do que viva, casada com outro homem e com filhos?
Não... Isso era completamente impossível.
Porém...
Karina de repente se lembrou de uma foto antiga que Ademir lhe mostrou uma vez, uma foto de sua mãe com colegas na Universidade de Toronto.
Sua mãe e Levi tinham sido colegas de faculdade.
Se pensasse por esse lado... Talvez não fosse algo tão impossível assim.
E mais: Levi tinha aparecido de repente em sua vida, seguido por todos os acontecimentos estranhos que vieram depois.
Será que... Tudo isso estava relacionado à sua mãe?
De repente, os pensamentos de Karina se embaralharam completamente.
Por mais que achasse aquela ideia absurda, não conseguia evitar de continuar pensando nela.
E, ao encarar mais uma vez a mulher diante de si, Karina teve a estranha sensação de que, sim, ela se parecia mesmo com a imagem que guardava da mãe, aquela que, em sua lembrança, já tinha partido há tanto tempo.
Seria possível?
— Heloísa, você é da Cidade J?
— Sim. — Heloísa assentiu, com um olhar suave e acolhedor.
Poder olhar assim para a filha e conversar com tranquilidade... Era tão bom.
Karina mordeu levemente os lábios.
— O Sr. Levi é estrangeiro, né? Posso perguntar como vocês se conheceram?
Heloísa respondeu com naturalidade, sem qualquer sinal de desconfiança.
— Fomos colegas de faculdade.
Colegas de faculdade...
Karina ficou um pouco surpresa com a resposta e continuou:
— Foi na Universidade de Toronto?
— Sim. — Heloísa pareceu um pouco surpresa. — Como você sabe? Foi o Levi quem te contou?
— Não. — Karina sorriu de leve e balançou a cabeça. — Eu chutei. Já que o Levi é de lá, imaginei que fosse a Universidade de Toronto. Só falei por falar mesmo.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...