— Heloísa? — Karina não esperava que ela fosse chorar daquele jeito e estendeu um lenço de papel para ela. — Você está bem?
Heloísa balançou a cabeça, chorando:
— Eu estou bem.
Karina ficou profundamente intrigada.
— O que aconteceu com você?
— Me desculpa. — Heloísa enxugou as lágrimas. — Fui muito indelicada. É que fiquei emocionada... Você e seu irmão são crianças tão boas. Crianças tão boas, sem pais, mas ainda assim tão incríveis.
Karina olhou para os olhos inchados de Heloísa, tomada por um sentimento de confusão.
Seria possível que uma pessoa normal chorasse tanto só de ouvir sua história?
— Mamãe.
Ninguém percebeu quando Kauê saiu do quarto. Talvez ele tivesse escutado a mãe chorando e, preocupado, correu até ela.
Ergueu a mãozinha e tocou o rosto da mãe:
— Por que você está chorando?
— A mamãe está bem, não queria que o Kauê ficasse preocupado.
Heloísa balançou a cabeça com um sorriso, devolvendo o celular para Karina.
— Mamãe.
Logo, Kauê viu a foto no celular.
Ele exclamou, surpreso:
— É aquele irmão?
— Kauê! — Heloísa se assustou e interrompeu o filho com firmeza.
— Mamãe... — Kauê também se assustou, seu corpinho tremeu. Ele havia dito algo errado? Desde que se lembrava, a mãe nunca tinha falado com ele de forma tão dura.
Heloísa logo percebeu que havia exagerado.
Seu tom se suavizou:
— O que você está fazendo aqui fora? E a Joyce?
Kauê levantou o copo que trazia nas mãos:
— A Joyce estava com sede. Eu vim pegar água para ela.
— O Kauê é mesmo um menino muito responsável. — Heloísa acariciou a cabeça do filho com ternura. — Vá logo, não deixe a Joyce esperando.
— Tá bom. — Kauê se virou e foi embora.
Na entrada, estavam dois pares de sapatos desconhecidos.
Ele parecia animado. Heloísa nunca foi muito sociável, e quando ele e Kauê não estavam em casa, ela costumava passar os dias sozinha. Ter amigas era, sem dúvida, algo bom para ela.
— Não são visitas. — Heloísa se levantou e pegou o casaco que ele acabara de tirar. — A Karina veio.
Ao ver Karina, Levi ficou paralisado, seu semblante carregando uma expressão difícil de decifrar.
Como descrever aquele sentimento?
Não era exatamente incômodo... Mas havia mais surpresa do que alegria.
Contudo, ele logo escondeu o espanto e comentou:
— Karina, que bom que veio. A Joyce está com você?
— Está. — Heloísa apontou para o quarto dos brinquedos. — O Kauê está lá com ela, brincando.
— É mesmo? — Levi pareceu um pouco apreensivo. — Será que ele dá conta?
— Por que não daria? — Heloísa lançou um olhar a ele. — Fique tranquilo. O Kauê adora a irmãzinha. Cuida dela como se fosse um tesouro.
Naquela breve pausa em sua fala, Levi entendeu a intenção por trás das palavras e apertou de leve a mão dela.
Karina viu todos os pequenos gestos entre os dois. Levantou a xícara e tomou um gole do chocolate quente.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...