Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida romance Capítulo 1262

Ela se abaixou, colocou as flores e se virou para ir embora.

O destino seguinte era o túmulo de Lucas.

— Pai. — Karina se agachou, ajeitou as flores e fixou os olhos na foto do pai cravada na lápide. Seus olhos estavam vermelhos. — Você e a mamãe... O que aconteceu entre vocês dois? Agora que você já não está mais nesse mundo, eu nem sei a quem perguntar.

Ergueu a mão e, com cuidado, limpou a poeira da fotografia.

— Pai, eu quero enterrar você e a mamãe juntos. Você ficaria feliz com isso?

A única resposta que recebeu foi o sopro gentil do vento.

Karina baixou a cabeça e sorriu:

— Pai, você está feliz, não está?

Atrás dela, uma risada fria se fez ouvir.

Karina se virou de súbito e viu alguém conhecido.

Era Eunice.

Desde que tinha voltado, Karina já tinha visto Vitória, mas Eunice... Fazia muito tempo que não a encontrava.

O que ela estava fazendo ali? Eunice estava de mãos vazias, não parecia ter vindo visitar o pai.

— Não precisa me olhar assim. — Eunice lançou-lhe um olhar gélido, igual ao de tantos anos atrás. — Te encontrar aqui não é coincidência. Eu vim exatamente para isso, para esperar por você.

O quê? Karina ficou surpresa, teria ouvido direito?

Eunice estava esperando por ela?

— Você... Quer falar comigo?

— Claro. — Eunice sorriu. — Ou será que você acha que foi saudade?

Karina franziu o cenho:

— Se vai falar alguma coisa, então...

Quando foi mesmo? Eunice também tinha dito algo semelhante naquela ocasião...

Eunice continuou:

— Você só sabe que eu era a amante do seu pai. Mas já se perguntou por que ele fez isso?

Karina se calou, atônita.

Essa pergunta... Ela nunca tinha se feito.

Um homem, ao se apaixonar por outra mulher fora do casamento, precisava ter uma razão?

Eunice, percebendo o rumo dos pensamentos dela, soltou uma gargalhada amarga.

— Você nunca parou para pensar em quem era a sua mãe? A Heloísa era bonita, bem-educada, inteligente, talentosa, excelente na cozinha... E eu? Quando eu ficava ao lado dela, parecia uma qualquer, uma mulher comum. — O olhar de Eunice se endureceu, afiado, cravado em Karina. — Você nunca achou estranho? Seu pai poderia ter ficado com alguém como a sua mãe, mas escolheu ficar comigo. Isso não te parece doentio?

Antes que Karina pudesse reagir, Eunice murmurou em voz baixa:

— Sim... Ele era doente mesmo.