— Ela está mesmo com febre.
Ao ouvir a resposta da enfermeira, a expressão de Túlio mudou completamente.
A jovem enfermeira disse:
— Dra. Costa, nem adianta tomar remédio, a febre está muito alta. Vou aplicar uma medicação intravenosa, está bem?
— Tudo bem, por favor, seja rápida. — Antes que Karina dissesse qualquer coisa, Túlio já havia decidido. — E tem algum lugar onde ela possa se deitar?
— Claro. — A enfermeira sorriu. — Pode ir para a sala de observação, está vazia agora.
— Ótimo, muito obrigado.
Túlio, mesmo com as pernas pesadas e pouco ágeis, fez questão de ajudar em tudo. Só se acalmou quando Karina já estava deitada no leito e com o soro sendo administrado. Durante todo esse tempo, ele não disse uma única palavra.
Tinha um temperamento gentil e, mesmo quando ficava irritado, não perdia o controle. Apenas se calava, como agora.
— Túlio. — Karina falou, envergonhada. — Não fica bravo comigo.
Túlio a olhou e balançou a cabeça:
— Não tem como eu não ficar bravo.
Karina ficou atônita.
Ele estava tão irritado assim? Ele sempre foi tão compreensivo com ela, nunca havia demonstrado essa fúria.
— Me desculpa. — Disse Karina, suavemente.
Percebendo o mal-entendido, Túlio suspirou:
— Não estou bravo com você. Estou bravo comigo mesmo.
O quê? Karina ficou surpresa.
Era inesperado... Mas, ao mesmo tempo, fazia sentido.
— Karina, a culpa é minha por não ter cuidado bem de você.
Eles eram namorados, deveriam cuidar um do outro. No entanto, por tanto tempo, era sempre ela quem fazia tudo por ele.
Túlio se culpava:
— Eu não consegui fazer nada por você. Nem percebi que você estava com febre.
— Que bobagem. — Karina se sentiu tocada e triste ao mesmo tempo. — Isso não tem nada a ver com você.
— Durma um pouco. — Túlio a incentivou com delicadeza. — Eu vou ficar aqui, do seu lado. Pode dormir tranquila.
— Tá bom. — Karina não recusou.
Ela realmente não estava se sentindo bem.
Depois que a medicação começou a fazer efeito, seu corpo começou a suar, mas ela ainda sentia frio. Apesar de ter adormecido, sua consciência parecia continuar acordada.
“A Karina está sonhando... E no sonho dela, está o Ademir.”
Desde que ele despertou, ninguém havia mencionado aquele nome em sua frente. Nem mesmo Karina.
Ele acreditava que entre ela e esse homem já não havia mais nada.
Por isso nunca perguntou.
Mas... Não era bem assim, era?
Com o olhar perdido, permaneceu imóvel, encarando a mulher adormecida.
Karina dormiu por um bom tempo. Quando finalmente despertou, o tratamento já havia terminado. A enfermeira havia retirado a agulha e Túlio pressionava o local com cuidado.
— Acordou? Espere um pouco... Só podemos mexer depois que o sangue estancar.
— Tudo bem.
Depois de descansar um pouco, a febre havia diminuído, e Karina se sentia bem melhor. Olhou o relógio.
— Já está tão tarde assim?
Tentou se levantar, afastando o cobertor.
— Espera...

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...