A última vez que ela havia se hospedado na mansão da família Barbosa já fazia muitos anos.
Atrás dela, se ouviu um suspiro, era Wanessa. Ela veio avisá-la de que as toalhas já estavam preparadas.
Ao ver aquela cena, não conseguiu conter as palavras:
— Tantos anos se passaram, e esse lugar continua o mesmo. As suas coisas sempre ficaram aqui, desde o começo. Nos dois primeiros anos, o Ademir tinha medo até de ouvir o seu nome... Depois, ele se mudou, e nós também não tivemos coragem de mexer em nada. Tudo continuou exatamente assim.
Wanessa acariciou as roupas guardadas no armário:
— Embora tenham se passado muitos anos, elas ainda estão na moda. E o seu corpo não mudou nada, você ainda pode usá-las.
— É mesmo... — Karina sorriu, com os olhos marejados. — Ele é mesmo um homem teimoso.
— Ele é teimoso, sim... Mas fazer o quê? — Wanessa segurou a mão de Karina. — Se ele fosse mudar, já teria mudado. Karina, o Ademir... Ele não é tão forte quanto parece. O maior ponto fraco dele é essa solidão imensa.
Desde pequeno, Ademir foi abandonado pela família. O que ele mais desejou na vida sempre foi ter um lar.
— Eu sei que talvez eu esteja passando dos limites ao dizer isso... — Wanessa chorava. — Mas o Ademir não tem mais ninguém. Fui eu que cuidei dele desde pequeno. Ele é mesmo um bom rapaz... Será que vocês não podem se reconciliar?
— Wanessa... — Karina não podia responder aquela pergunta, apenas disse. — Por enquanto, eu vou ficar ao lado dele.
Wanessa suspirou, resignada:
— Já é melhor do que nada...
...
Karina foi até o quarto de hóspedes. Depois do banho, enquanto enxugava os cabelos, o celular tocou.
Era Túlio.
— Karina. Já está descansando?
Eles não haviam se falado durante todo o dia. Era a primeira vez, em tantos dias, que isso acontecia. Ele estava preocupado.
Normalmente, era Karina quem tomava a iniciativa de procurá-lo. Com medo de atrapalhar o trabalho dela, ele sempre esperava em silêncio.
— Obrigada, Túlio. — Karina agradeceu com sinceridade.
— Não tem de quê. Se eu puder ajudar em qualquer coisa, é só me dizer.
— Tá bom.
Assim que encerraram a ligação, Karina ergueu o rosto e levou um susto. Ademir havia entrado sem fazer nenhum barulho e estava parado bem à sua frente.
Karina colocou o celular de lado, surpresa:
— Por que não disse nada?
— Não me atrevi. — Ademir segurava uma bandeja com duas xícaras em cima. — A Wanessa preparou chá.
Duas xícaras... Naturalmente, uma para cada um deles.
— Aqui, é sua. — Ele entregou a dela com delicadeza e explicou o que acabava de acontecer. — Vi que você estava no telefone e não quis interromper. Se o Túlio ouvisse minha voz, você não ia saber como explicar, né?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Eu vibro, eu choro, eu rio, eu fico perplexa e ainda não posso esperar o fim desta história. Que desenrolar mais cuidadoso!!!!...
Amei a história...
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...