Ainda assim, Ademir não conseguiu evitar um comentário:
— O Levi, pelo menos, manteve o instinto de pai. Diferente de certas pessoas que perderam até a moral básica. Como filho, não assumiram suas responsabilidades, e como pai, não cumpriram seu papel.
Karina ficou paralisada, e o sorriso em seu rosto desapareceu.
"O Ademir está pensando no Arthur, não é?"
— Ademir...
Naquele momento, as palavras pareciam inúteis. Ela não sabia como consolar ele.
— Não se preocupe. — Disse Ademir, com um sorriso no rosto. — Já me acostumei. Não se pode esperar ter tudo na vida.
Ter tudo?
Karina ficou atônita, seus olhos começaram a lacrimejar.
Mas, na verdade, ela achava que Ademir não tinha nada. A mãe que ele tanto amava já havia falecido. Agora, até o avô dele...
Karina se aproximou da janela e, por uma pequena fresta na cortina, olhou para fora.
Depois de tudo o que aconteceu, ela se tornou mais sensível do que antes. Franziu o cenho e disse:
— Ademir, parece que há pessoas estranhas lá fora.
— Mesmo? — Ademir foi até a janela e, ao olhar, também franziu o cenho. — São pessoas do Levi?
— Não sei. — Karina balançou a cabeça, confusa. — Não os conheço.
Embora fosse da família de Levi, ela não tinha contato com os seguranças.
Exceto pela guarda-costas de cabelos loiros e olhos grandes, ela não conhecia mais ninguém.
Nessa situação, sem saber se eram aliados, não seria apropriado entrar em contato diretamente.
Ademir, mantendo a calma, disse:
— Vou arrumar nossas coisas.
Karina ficou surpresa e perguntou:
— Não são nossos aliados?
— Não sei. — Ademir deu um leve tapinha em sua mão, tentando a acalmar. — Se não forem, precisamos sair. Se for o pessoal do Levi, também precisaremos ir com eles.
— Certo. — Karina concordou com a cabeça. Fazia sentido. — Quer que eu ajude?
— Não precisa. — Respondeu Ademir, balançando a mão. — Vai ser rápido.
Afinal, aquele era apenas um abrigo temporário. Não havia muito para arrumar, só precisavam organizar algumas coisas.
— Tudo bem.
Mas não foram muito longe.
— Ali estão eles.
— Peguem eles!
Atrás deles, alguém começou a persegui-los, falando com o sotaque típico da região de York.
Os três pararam por um momento, mas logo, como se tivessem combinado, começaram a correr o mais rápido possível.
— Parem.
— Não corram.
Mas como poderiam parar?
De repente, um tiro foi disparado.
Karina ficou completamente chocada, seus olhos se arregalaram.
Logo em seguida, se ouviram mais tiros consecutivos.
Karina sentiu como se seus ouvidos não conseguissem captar os sons, e seu corpo inteiro tremia. Ela quase se esqueceu de que estavam no País G, e não mais na Cidade J.
Agora, os três estavam em grande perigo.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Eu vibro, eu choro, eu rio, eu fico perplexa e ainda não posso esperar o fim desta história. Que desenrolar mais cuidadoso!!!!...
Amei a história...
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...