O que Daniel quis dizer com aquelas palavras?
— Daniel. — A expressão de Ademir estava carregada de raiva. — Não toque nela, não se atreva.
Daniel soltou uma risada sarcástica:
— E quem é você para me pedir isso?
Olhando para o irmão ajoelhado diante de si, Daniel riu ainda mais:
— Com essa sua aparência patética?
Ademir ficou paralisado. O que ele poderia fazer? O que deveria fazer?
Respirando fundo, Ademir tentou manter a calma e disse:
— O que você quer para deixar ela em paz?
Daniel, com um semblante de total desdém, respondeu:
— Eu não tenho intenção de deixar ela em paz. Para mim, ela não significa nada. Mas para você, é outra história.
— Daniel, seu desgraçado!
Desgraçado?
Essa palavra fez o rosto de Daniel se encher de fúria também.
— Sim, eu sou um desgraçado.
Os olhos de Daniel ficaram vermelhos instantaneamente. De repente, ele se inclinou e segurou a nuca de Ademir com força, carregado de ódio.
— Eu sou um bastardo que não deveria nem existir. Fui abandonado pelo meu avô e pela minha mãe. Passei a vida inteira sem poder usar meu próprio nome, vivendo às escondidas.
Era verdade.
O nome de Daniel só podia ser usado em situações casuais. Na realidade, esse nem era seu verdadeiro nome. Assim como Arthur, ele também não tinha o direito de existir oficialmente.
Desde que foram expulsos da família Barbosa por Otávio, eles haviam deixado de existir para o mundo. Foram forçados a mudar de nome...
— Me diga, alguém como eu, é diferente de um animal?
Enquanto falava, ele levantou a mão e golpeou com força o ferimento na cabeça de Ademir.
O rosto bonito de Ademir estava coberto de sangue.
— Ademir.
— Karina... — Mesmo ferido, Ademir forçou um sorriso. — Não chore, Karina.
Daniel, com um sorriso sombrio no rosto, comentou:
— Eu, um animal, sou capaz até de bater no próprio irmão.
O que fazer? Não importava o quanto ela o chamasse, Ademir não reagia. Ele estava assim por causa da pancada ou devido ao ferimento nas costas?
Independentemente da causa, era algo grave.
Com os olhos cheios de lágrimas, Karina mordeu o lábio inferior, tentando se controlar.
“Agora não é hora de chorar. O que o choro vai resolver? O que eu posso fazer agora?”
Karina se esforçou para manter a calma. Eles estavam amarrados juntos, e ela não conseguia verificar o estado de Ademir.
Era preciso encontrar uma maneira de cortar as cordas que a prendiam.
Mas onde poderia encontrar uma ferramenta?
De repente, ela teve uma ideia.
Karina estendeu lentamente a mão para trás, tentando alcançar o bolso traseiro de sua calça. Se sua memória não falhava, havia uma lâmina ali.
Era a mesma lâmina que ela havia usado para tratar o ferimento nas costas de Ademir. Por hábito profissional, ela a havia guardado no bolso depois de a usar.
Quem diria que agora isso seria útil? Ela estava acostumada a manusear aquele tipo de instrumento, tão acostumada que poderia o usar de olhos fechados, afinal, Karina era uma médica muito habilidosa.
E agora, tudo o que precisava era usar para cortar as cordas.
Karina agiu com extremo cuidado, temendo ferir Ademir.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Eu vibro, eu choro, eu rio, eu fico perplexa e ainda não posso esperar o fim desta história. Que desenrolar mais cuidadoso!!!!...
Amei a história...
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...