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Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida romance Capítulo 1476

— Hum, tá bom.

— Amanhã você vai ao aeroporto, leve esse cachecol com você.

— Certo, eu vou usar esse cachecol.

Karina abaixou a cabeça, concentrada em terminar o cachecol:

— Pronto. — Karina colocou o cachecol em Ademir novamente. — Não vale reclamar, hein.

— Não vou.

Como ele poderia reclamar daquele cachecol?

— Está nevando bastante, será que está nevando na Cidade J?

— Está sim, e bem forte.

— É mesmo? Então a Joyce deve estar muito feliz. Só não sei se estão fazendo bonecos de neve com ela.

— Quando eu voltar, vou fazer um boneco de neve para ela. Um boneco de neve com uma família inteira, como esse aqui.

— Combinado.

Lá fora, o som da neve caindo ficava cada vez mais intenso. Dentro do quarto, o silêncio foi tomando conta aos poucos.

Nenhum dos dois disse mais nada. Apenas ficaram ombro a ombro, observando juntos a paisagem nevada do jardim...

De manhã cedo, por volta das cinco horas, o sol ainda não havia nascido. A luz refletida pela neve entrava pelo vidro. O salão de inverno estava sem luzes acesas, e a visão estava um pouco turva.

Ademir abriu os olhos. Ele olhou para a pessoa ao seu lado, abaixou a cabeça e cuidadosamente colocou Karina no sofá. Em seguida, pegou um cobertor e a cobriu.

— Karina. — Ademir chamou suavemente o nome dela. Ele se inclinou, acariciando os cabelos de Karina, que estavam cada vez mais longos. — Eu preciso ir...

Olhando para o rosto adormecido de Karina, Ademir sorriu levemente:

— Não vou te acordar. Eu mesmo vou para o aeroporto. Não precisa me levar. Eu...

Ele não suportava aquelas cenas de despedida.

Era melhor assim.

— Vamos nos despedir aqui mesmo. — Ademir abaixou a cabeça, afastou os cabelos que cobriam os olhos de Karina e deu um leve beijo em sua testa. — Karina, adeus.

Ademir se levantou, lançou um último olhar para Karina, se virou abruptamente e saiu a passos largos.

— Hoje somos só nós duas. Vamos fazer um churrasco, o que acha?

— Claro. — Karina sorriu e assentiu. Mas, em seguida, perguntou a Heloísa. — E ele?

"Ele" se referia a Levi.

Com o tempo, Karina não sabia mais como os chamar, mas todos entendiam o que ela queria dizer.

— Ele não está no País G nesses dias. Ele tem coisas para resolver.

Heloísa não deu muitas explicações sobre isso. Karina não conseguiu esconder sua preocupação.

— Ele está bem? Será que tem a ver com a Jaqueline?

— Não, não. — Heloísa balançou a cabeça. — Não se preocupe, ele estará de volta em dois dias. Além disso, mesmo que seja algo relacionado à família Souza, não há com o que se preocupar. No final, é algo que precisa ser enfrentado. Depois de tantos anos, Levi e Jaqueline já tinham se tornado inimigos.

A fachada de cordialidade que mantiveram por vinte anos parecia prestes a ruir. No entanto, devido aos inúmeros interesses envolvidos, mesmo que se tornassem inimigos declarados, o processo seria complexo e demorado.

Ainda assim, Heloísa sentia uma certa satisfação.

"Coração por coração", pensou ela, e não era mentira. Agora, até Karina se preocupava com Levi.

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