— Você é...? — Túlio perguntou, franzindo as sobrancelhas.
A jovem à sua frente lhe parecia familiar, mas ele não conseguia lembrar o nome.
A garota sorriu com confiança e se levantou, inclinando a cabeça de leve:
— Sou a Tábata Pereira. Quando éramos crianças, eu vivia atrás de você, aquela garotinha gordinha.
Com essa explicação, Túlio finalmente se lembrou.
A família Pereira e a família Martins sempre tiveram uma relação muito próxima. A mãe de Tábata e a mãe de Túlio eram amigas de infância.
No entanto, a jovem à sua frente, com sua figura esguia, estava completamente diferente daquela menininha rechonchuda que ele lembrava.
— Ah, é você! Agora me lembro. — Túlio sorriu gentilmente. — Quanto tempo, hein?
Há muitos anos, o pai de Tábata havia sido enviado pela família para cuidar dos negócios no exterior, e desde então eles não se viam mais.
— Mãe. — Túlio olhou rapidamente para o relógio. — Eu preciso ir para a empresa. O papai deve chegar logo, mas se acontecer qualquer coisa, me ligue.
— Está bem. — Júlia assentiu e, então, lançou um olhar para Tábata. — Túlio, a Tábata também vai para o trabalho. Por que você não a leva, já que está a caminho?
Tábata havia ido apenas para visitar Júlia e, embora fosse um pouco inconveniente, não podia recusar o convite de Júlia.
Túlio concordou:
— Claro.
— Muito obrigada. Tia Júlia, até logo! Eu volto para te ver em breve.
— Combinado.
Os dois saíram juntos do quarto, e Túlio deu uma carona para Tábata, deixando ela em seu local de trabalho antes de seguir para a empresa.
Túlio trabalhou até as sete da noite e, logo após, correu de volta para o hospital.
Antes de entrar no quarto, ligou para Karina:
— Karina, estou meio ocupado esses dias, então não consegui ir te ver. Mas na próxima semana, terei mais tempo.
Do outro lado da linha, Karina respondeu em um tom suave:
— Eu também estou bastante ocupada. Não se preocupe, cuide das suas coisas. Não precisa vir me ver de propósito.
Embora a resposta fosse educada, havia uma sensação de distanciamento nas palavras dela.
Túlio sentiu um leve pânico e perguntou:
— Karina, você está chateada comigo?
— É o seguinte. — Zeca finalmente quebrou o silêncio. — A família Pereira voltou ao país, e a mãe da Tábata... Bem, ela espera que vocês dois possam se encontrar e passar um tempo juntos.
O quê?
Túlio ficou atônito, encarando sua mãe.
Júlia o olhava com expectativa, mas também com uma pitada de nervosismo, como se temesse a reação dele.
— Túlio, você já conhece a Tábata, ela é uma boa moça. Esta é uma oportunidade, quem sabe...
— Mãe. — A expressão de Túlio mudou imediatamente, com um misto de frustração e impaciência. — Você sabe que meu coração pertence a Karina.
Júlia e Zeca ficaram congelados por um momento.
Zeca balançou a cabeça suavemente para Júlia, como se a estivesse aconselhando a não forçar a situação.
Júlia entendeu o recado. Ela sabia que Túlio havia se mudado de casa por causa de Karina, e ser inflexível agora só traria mais conflitos.
— Filho, por favor, não fique bravo. — Júlia tentou suavizar a situação, sorrindo de maneira conciliadora. — Eu sei o que você sente, e respeito isso. Só que, dessa vez, não foi ideia minha. Foi a mãe da Tábata que pediu. Você sabe como nossa relação é próxima, e eu realmente fiquei sem jeito de recusar.
— E o que você sugere? — Túlio respondeu com um tom amargo. — Sacrificar minha felicidade por isso?
— Não é tão grave assim. — Júlia se apressou em dizer. — Eu só estou pedindo que você a veja, que se encontrem como amigos. Assim, eu e a mãe da Tábata não ficaremos em uma posição desconfortável.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...