Ademir encarou o belo rosto dela, com a voz um pouco rouca:
— Por quê? Você não queria comer?
Embora o tempo juntos não tivesse sido longo, ele a conhecia. Karina não era exatamente uma pessoa que amava petiscos. Se ela tinha ido especificamente a uma loja de lanches, era porque realmente queria algo.
O fato de Karina ter recusado só podia significar que estava chateada, não?
Era compreensível ela estar zangada, afinal, ela havia sido injustiçada.
De repente, uma dor invadiu o peito de Ademir. Com um tom gentil, ele perguntou:
— Ainda está chateada? Naquela hora eu não disse que dividiríamos? Por que você não quis?
Karina ficou surpresa, arregalou os olhos e falou, irritada:
— Você disse isso de propósito? O bolo de creme fui eu que quis comprar primeiro. Aí vocês aparecem e querem levar metade? Eu ainda tenho que agradecer e aceitar a generosidade de vocês?
O quê?
Ademir ficou atônito, o rosto endurecendo. Ele respondeu, com certa hesitação:
— Eu não sabia que você tinha pedido primeiro...
Ele tinha pensado que Karina e Vitória tinham chegado lá ao mesmo tempo.
A culpa era dele.
Se ele tivesse perguntado um pouco mais, a situação não teria se desenrolado dessa maneira.
— Por que você não disse isso naquela hora?
— Dizer o quê? — Karina arqueou as sobrancelhas, zombando. — O Sr. Ademir, em sua devoção pela namorada, não se dá ao trabalho de checar os fatos? Essa não é a primeira vez. Você tem dinheiro e poder, eu não posso competir com você, mas posso me afastar.
Ao ouvir essas palavras, Ademir sentiu como se o ar lhe faltasse.
Ele simplesmente não tinha como rebater!
O ambiente ficou instantaneamente pesado. Com o saco de petiscos na mão, Ademir tentou pegar a mão de Karina, dizendo:
— A culpa foi minha. Todos esses lanches são seus, acabaram de ser feitos. Tem o suficiente para você comer por dias. Quando acabar, eu trago mais para você...
— Eu já disse que não quero. — Karina afastou o braço dele, evitando seu toque.
— Karina, por favor, não fique chateada! — Ademir já estava começando a ficar desesperado.
Ele tinha feito tudo aquilo por Karina.
Karina não conseguiu conter um sorriso frio.
— Você esqueceu, não é? Combinamos que, depois de terminarmos, não seríamos amigos. Somos apenas estranhos. — Ela continuou, encarando ele. — Você aceitaria algo de um estranho?
Ademir mais uma vez testemunhou a frieza e a implacabilidade dela.
Como esperado, Karina saiu, sorrindo.
Mas não era um sorriso para ele.
Era para Túlio.
— Karina. — Túlio veio correndo, parando diante de Karina com dois sacos nas mãos. — Vamos sentar em algum lugar?
Karina apontou para uma fileira de árvores ao lado do prédio, onde havia alguns bancos.
— Vamos para lá.
— Tudo bem.
Sentados no banco, Karina observava Túlio abrir as sacolas.
— O que você trouxe? Tem muita coisa.
— Só algumas delícias.
Túlio olhou para o rosto dela, cheio de preocupação, e disse:
— Você não comeu nada o dia todo, deve estar morrendo de fome, não é?
Enquanto falava, Túlio abriu uma marmita.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...