Karina franziu a testa e perguntou:
— Em um lugar como este, que jeito você pode dar?
— Como vou saber sem tentar? — Ademir ergueu a sobrancelha e saiu.
Depois de pensar por um momento, Karina decidiu descer as escadas. Escutou Ademir conversando com o senhor idoso, o dono da casa.
— Mas o supermercado mais próximo fica longe. Se você for de carro, vai acabar voltando só de manhã.
Além disso, estava caindo uma chuva forte lá fora.
— Não tem problema, sou forte. — Ademir se virou para a anfitriã, que o olhava com doçura e carinho. — Por favor, cuide da minha esposa para mim.
— Claro, querido. — A senhora acariciou a mão dele e olhou para o marido. — Deixe ele ir. Quando você era jovem, não fazia o mesmo por mim?
O homem sorriu e disse:
— Está bem, vou tirar o carro da garagem.
— Filho, é melhor vestir uma capa de chuva. Tem uma lá na garagem.
— Certo. — Ademir seguiu até a garagem e voltou com uma capa de chuva.
Na entrada, Karina estava parada, observando ele com uma expressão visivelmente aflita.
— O que você está fazendo aqui?
— Ademir. — Karina segurou o braço dele de repente, balançando a cabeça. — Não vá, por favor.
— O quê? — Ademir sorriu levemente. — Quando foi que você desceu? Ouviu toda a conversa?
Ela não entendia o motivo do sorriso.
Karina respondeu, séria:
— É só uma refeição. Se eu não comer, não vai acontecer nada.
Diante de sua seriedade, Ademir deixou de sorrir também.
— O Júlio e os outros só vão chegar pela manhã, e se houver algum atraso, você ficaria mais de oito horas sem comer. — Ele a encarou. — Acha que eu conseguiria te deixar com fome e simplesmente voltar para cama e dormir tranquilamente?
Karina ficou em silêncio. Sabia que ele não poderia fazer isso, mas poderia ela aceitar todo esse cuidado sem sentir culpa?
Ademir suspirou, dizendo baixinho:
Karina abriu a boca, mas não encontrou palavras para contestar.
— Fique tranquila. — A anfitriã apertou a mão de Karina entre as suas, dando-lhe um leve tapinha. — Ele é um jovem extraordinário, capaz de resolver qualquer coisa. Acredite nele.
— Sim. — Karina assentiu, pois, nisso, ela realmente acreditava.
— Agora é hora de ir dormir. — A anfitriã sorriu. — Seu marido me pediu para cuidar bem de você. Como aceitei a tarefa, não posso falhar, certo?
— Está bem.
Acompanhada pela anfitriã, Karina subiu novamente para o quarto.
Deitada, Karina achou que não conseguiria pegar no sono. Mas, ouvindo a chuva lá fora e pensando em Ademir, adormeceu logo em seguida...
Quando despertou, o silêncio preenchia o ambiente ao redor. O céu ainda estava escuro, e a chuva havia cessado.
O relógio marcava pouco antes das duas da madrugada.
Guiada por uma intuição inexplicável, Karina saiu da cama e desceu silenciosamente as escadas. O primeiro andar estava igualmente quieto.
Com passos leves, ela se aproximou da porta e a abriu lentamente.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...