— Vovô...
Como Karina poderia aceitar isso? Ela havia acabado de escapar de um casamento insustentável, teria que se lançar em outro de novo?
Ao perceber sua relutância, Otávio suspirou.
— Você não precisa me responder agora. Uma decisão tão importante assim, claro que precisa ser bem pensada, não é? — Otávio sorriu levemente. — O vovô te dá dois dias. Daqui a dois dias, você me responde. Até lá, se precisar de dinheiro, o vovô te dará, é pouco, e não precisa me devolver. O que vovô dá, não se devolve.
Otávio fez uma pausa, enfatizando:
— Não é que você precise aceitar. Independentemente da sua resposta, você me chama de vovô, e eu serei sempre seu avô. Nunca a forçarei.
Isso...
Karina também não sabia o que dizer.
Embora ele tivesse dito aquilo, ela não se sentiu mais leve.
Pelo contrário, seu coração estava ainda mais pesado.
...
Karina abriu a porta e, ao sair, deu de cara com Ademir, que acabava de chegar.
Ambos ficaram parados, trocando olhares breves, mas logo desviaram.
Ademir havia chegado depois dela, vindo direto do aeroporto para o Hospital J.
— Veio ver o vovô?
— Sim. — Karina respondeu de cabeça baixa, deixando à mostra seu pescoço pálido. — Eu já estava de saída.
Ademir se afastou para dar passagem.
— Está bem.
Ele pensou em se oferecer para acompanhá-la, mas no fim, não disse nada.
Karina passou rapidamente por ele e saiu.
O homem ficou observando suas costas até que a silhueta dela desaparecesse, então se virou e entrou no quarto.
Ao sair do prédio VIP, no caminho de volta para a Rua Alameda, o celular de Karina tocou.
Era uma notificação de transferência bancária.
Tão rápido, Otávio já havia enviado o dinheiro para ela!
Era para se sentir aliviada, mas, em vez disso, Karina sentiu o coração ainda mais pesado.
Parecia que finalmente entendia as palavras de Otávio.
Neste mundo, os problemas que podiam ser resolvidos com dinheiro não eram realmente problemas.
Os mais difíceis de todos eram aqueles que envolviam o afeto dos outros.
— Aquela pequena celebridade... Não podemos deixar como está. Se o Ademir não consegue resolver isso, então eu cuidarei do assunto.
— Sim! — Rui assentiu. — Pode ficar tranquilo, sei exatamente o que fazer.
— Certo. — Otávio concordou com um leve aceno. — Não quero que façam muito barulho. Estou velho, não gosto de confusão.
Rui sorriu com um toque de astúcia e respondeu:
— Pode deixar. Vou cuidar para que ninguém perturbe o seu sossego.
Rui era extremamente eficiente.
Naquela mesma noite, toda a família Costa foi levada diante de Otávio.
No jardim, Otávio estava sentado em sua cadeira de rodas, coberto com uma manta.
Ao lado, uma mesa preparada com um conjunto completo de chá, onde a água já estava fervendo.
— Sr. Otávio. — Rui, que estava atrás dele, se inclinou ligeiramente. — Eles chegaram.
Assim que disse isso, um carro parou ao lado da trilha do jardim.
A porta do veículo se abriu, e alguns homens vestidos de preto puxaram três pessoas de dentro do carro: um homem e duas mulheres.
Na escuridão da noite, os três membros da família Costa estavam com os olhos vendados e a boca coberta com fita adesiva.
De fato, não se ouvia um único som.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...