Ademir, sozinho, estava entediado. Pensando no que aconteceu na noite anterior, decidiu ir direto para o escritório, querendo fazer as pazes com Karina.
Ele se aproximou dela pelas costas, se inclinando para abraçá-la:
— Está lendo de novo? Esqueci de te perguntar antes, você se alimentou bem à noite?
A proximidade fez Karina sentir o cheiro de perfume feminino, algo que não usava, mas que claramente vinha de Vitória.
— Já comi, estava com a Patrícia. — Karina respondeu de maneira calma.
Ela o afastou e continuou com a caneta na mão, lendo, de vez em quando escrevendo algo no livro.
Essa resposta tão fria... Ele sabia que ela não estava feliz, mas Ademir não sabia mais o que fazer. Já disse tudo o que precisava, e algumas coisas, ele simplesmente não podia fazer, nem prometer que faria.
— Já está tarde. — Ele tentou mais uma vez. — Acho que é hora de dormir.
Karina ainda não o olhou:
— Vai você, eu termino estas duas páginas e já vou para o quarto.
Não houve mais palavras.
Ademir a observou por alguns segundos e assentiu:
— Tudo bem.
Se virou e foi para o quarto.
Quando saiu do banho mais tarde, Karina já estava no quarto, reclinada na cama, olhando o celular.
Ele deitou ao seu lado, pronto para se virar e abraçá-la, mas Karina se virou, evitando ele.
Ela deixou o celular no criado-mudo e se deitou para dormir.
Atrás dela, Ademir franziu a testa com intensidade.
...
Naquela noite, Ademir não conseguiu dormir.
Somente na madrugada foi que finalmente pegou no sono.
No dia seguinte, acordou e viu que Karina já estava de pé. Ela havia tomado café e estava lendo no escritório.
Ademir fez seu café da manhã e foi até o escritório procurá-la:
— Karina, vamos sair juntos hoje? Você sai mais tarde? Vai ser no mesmo horário de sempre? Posso te buscar.
Era a forma que ele tentava se redimir pelo ocorrido na noite anterior.
Ela não queria que ele soubesse que iria ao hospital para fazer o tratamento com a nutrição intravenosa.
Neste momento, Karina não queria de maneira nenhuma que Ademir soubesse sobre o que estava acontecendo com ela.
À tarde, com a mochila nas costas, ela saiu discretamente da Mansão dos Barbosa. Como ainda estava cedo, não pegou um táxi, preferindo ir de ônibus.
A mansão não ficava muito perto do hospital, então Karina pensou que poderia descansar um pouco durante a viagem.
Quase pegou no sono quando, de repente, o ônibus foi sacudido violentamente.
O impacto fez Karina ser jogada para frente, e sua testa bateu com força no encosto do banco à sua frente, fazendo com que ela despertasse de imediato, sentindo uma dor aguda.
Ela colocou a mão na testa, enquanto a outra, quase de forma instintiva, se apoiava em seu abdômen.
Por um momento, não sentiu nada de anormal na barriga, mas a dor na testa era intensa, e suas mãos estavam suadas. Quando tirou a mão da testa, viu que estava coberta de sangue ela havia se cortado.
O ônibus já estava parado, e a confusão no interior era evidente. Havia muitas pessoas falando ao mesmo tempo, algumas reclamando, outras culpando, e o choro de uma criança se misturava ao tumulto.
Claramente, o acidente não havia afetado apenas Karina.
— O que aconteceu? — Alguém perguntou no meio da bagunça.
— Um carro à frente teve um acidente, e nós também batemos!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Eu vibro, eu choro, eu rio, eu fico perplexa e ainda não posso esperar o fim desta história. Que desenrolar mais cuidadoso!!!!...
Amei a história...
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...