Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida romance Capítulo 571

Ao voltar para a Rua de Francisco Antônio, Karina correu até seu quarto, abriu uma caixa e retirou um grande fichário.

Toda a documentação referente à sua dissertação estava ali, cuidadosamente organizada, cada papel arrumado com precisão.

Era o fruto de seu esforço, de noites em claro e pesquisas intermináveis. Karina jamais seria capaz de jogá-los fora ou deixá-los desorganizados.

Com esses documentos em mãos, ela tinha provas suficientes para defender sua inocência.

Mas, ainda assim, uma sensação de desconforto não a deixava em paz...

Na manhã seguinte, Karina entregou todos os documentos a Felipe.

— Dr. Felipe, está tudo aqui. — Ela disse, tentando disfarçar sua apreensão.

— Ótimo. — Felipe olhou cuidadosamente para os papéis, com um semblante aliviado. — Com isso, vamos ver o que aquela Sílvia vai dizer agora! Denunciar é fácil, mas precisa ter fundamento, não dá para espalhar palavras ao vento sem provas, não é?

— É... — Karina respondeu, mas a ansiedade não a abandonava.

Agora, restava esperar pelas investigações da faculdade e do hospital.

À tarde, Felipe voltou para o setor, mas seu rosto estava visivelmente tenso.

— Dr. Felipe, e então? — Karina perguntou, o coração apertado. Pela expressão dele, sabia que a notícia não era boa.

— Ainda não podemos afirmar nada. — Felipe franziu a testa e balançou a cabeça, com um tom desconcertado. — Acontece que, aquela Sílvia... Não sei o que aconteceu, mas ela também tem documentos que comprovam a acusação.

Karina ficou sem palavras.

— Como assim? — Ela murmurou, atônita. — Como ela conseguiu essas provas?

Como alguém que estava fazendo uma acusação falsa poderia ter documentos que sustentassem suas mentiras?

— Eu também não entendo. — Felipe balançou a cabeça, visivelmente frustrado. — Eu sou seu orientador, mas não me mostraram os documentos dela. A faculdade e o hospital têm pessoas designadas para investigar. Vamos ter que esperar. Mas, Karina, eu te garanto: não há como algo falso se sustentar por muito tempo. O que é falso nunca vai se tornar verdade!

— Sim. — Karina respondeu, tentando absorver aquelas palavras, mas a angústia persistia.

Os dois dias seguintes foram um tormento para Karina. Cada minuto parecia durar uma eternidade. Ela sentia que algo ruim estava prestes a acontecer... E essa sensação não a abandonava.

Até que, no terceiro dia, a notícia finalmente chegou.

Felipe, com um semblante pesado, se aproximou de Karina.

— Karina, além daqueles documentos, você tem mais alguma coisa que possa provar a sua versão?

Karina ficou congelada.

Aqueles documentos não eram suficientes?

Mas, na verdade, aquilo era tudo o que ela tinha!

Ela balançou a cabeça lentamente, a cor de seu rosto desaparecendo aos poucos.

— O que significa isso? O que a faculdade e o hospital estão dizendo?

Felipe, com a dor de cabeça evidente, passou a mão na testa. A situação estava realmente complicada.

— Dra. Felipe... — Karina lambeu os lábios, já não disfarçando a preocupação. — E se eu não conseguir me explicar? O que vai acontecer?

— Isso... — Felipe hesitou, de forma tensa. — O hospital pode suspender sua posição temporariamente e, além disso...

Felipe não continuou.

Mas Karina já sabia o que isso significava.

Além de perder o cargo no hospital, a faculdade também aplicaria uma punição.

As premiações que ela conquistou seriam anuladas, o benefício de ser isenta dos exames para pós-graduação seria revogado, isso era certo!

E nada disso era o pior.

O pior de tudo seria que, a partir de agora, a carreira de Karina estaria totalmente arruinada!

Nenhuma faculdade de medicina aceitaria Karina como estudante, nenhum hospital contrataria Karina como médica!

Era cruel demais!

Karina fechou os olhos. Seu rosto, que mal ocupava o tamanho de uma palma, já estava sem cor, pálido até quase se tornar transparente.

Felipe, observando ela com compaixão, tentou consolá-la.