Essa questão... Ademir nunca tinha pensado nisso.
Ao ser questionado por Filipe, Ademir ficou surpreso, sem saber como responder.
Sim, ele admitia: nunca havia esquecido a pequena borboleta. Ao descobrir que Vitória era ela, seus sentimentos, naturalmente, foram direcionados para Vitória.
— Pense bem. — Entre os irmãos, Filipe era quem mais conhecia Ademir. — Você pretende levar essa lembrança adiante e seguir em frente assim? Ou vai continuar com seu casamento atual?
Ademir soltou um riso frio e lançou um olhar a Filipe.
Sem se preocupar, por ora, com o que aconteceria entre ele e Vitória, respondeu:
— Você acha mesmo que eu e a Karina ainda temos alguma chance? Só pode estar de brincadeira.
— O quê? Ainda se sente injustiçado? — Filipe revirou os olhos para ele. — Me responde uma coisa, você já tentou conquistar a Karina?
Ademir ficou mudo, sem argumentos.
— Não, né? — Filipe suspirou, completamente sem palavras. — E então, com que direito você exige que a Karina goste de você? Só porque você tem dinheiro?
Ademir permaneceu em silêncio.
Será que ele era tão ruim assim? E, afinal, ter dinheiro não era uma qualidade?
Perto da mesa de sinuca, Hugo acenou e gritou para os dois:
— Vocês, dois marmanjos, estão cochichando sobre o quê? Vamos jogar alguma coisa!
— Já vou! — Filipe respondeu, tirando o casaco e se levantando. Lançou um último olhar a Ademir e acrescentou. — Querer algo sem fazer nada para merecer... Será que isso é certo? Será que vai dar certo? Pense bem.
"Pensar bem... Mas pensar o quê?"
Ademir também não tinha tempo para refletir sobre isso. No dia seguinte, embarcou para o exterior.
...
Karina recebeu o aviso do hospital informando sobre sua reintegração ao trabalho e voltou para o departamento.
À primeira vista, os colegas a tratavam da mesma maneira de sempre.
No entanto, Karina percebeu algo sutilmente diferente. Eles estavam mais gentis, mais acessíveis.
Essa situação de Karina tinha sido, na verdade, bem séria.
Mas, no fim das contas, ela saiu ilesa graças à família Barbosa.
Seus colegas de trabalho não estavam respeitando Karina, propriamente dito, e sim temendo a influência da família Barbosa. Claro, também havia um quê de bajulação envolvido.
Karina compreendia isso perfeitamente, mas não se importava. Apenas focava em seu trabalho.
Após a reunião, Felipe chamou Karina para sua sala.
— Dr. Felipe, o que foi?
— É o seguinte. — Ele explicou. — Para a comemoração, o Dr. Marco acha que deveríamos convidar o Sr. Ademir também.
O motivo era compreensível. Afinal, o Grupo Barbosa foi um dos investidores do projeto.
Sem Ademir, os custos iniciais das cirurgias e o financiamento das pesquisas nem sequer teriam sido possíveis.
Karina entendia isso, mas ficou um pouco hesitante.
Percebendo seu silêncio, Felipe perguntou:
— É um problema? Acha que ocupar o tempo do Sr. Ademir com isso vai ser complicado?
— Não é isso. — Karina balançou a cabeça apressadamente.
Pelo que conhecia de Ademir, ele não era alguém que recusaria por esse motivo.
Mas... Cabia a ela fazer o convite?
— Ah, então está tudo certo. — Felipe concluiu, satisfeito.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...