— Você... — Karina estava tão chocada que nem conseguiu terminar a frase.
Ficou apenas olhando para Lucas, atônita, questionando se aquele homem diante dela ainda era o mesmo.
Lucas riu suavemente, mas seu sorriso carregava um amargor profundo:
— Por que está me olhando assim?
Será que ele não entendia? Ele estava tão estranho!
Karina hesitou antes de perguntar:
— Por que está fazendo isso?
— Não há um porquê. — Rspondeu Lucas, com tranquilidade. — Essas coisas pertenciam à sua mãe. Ela já se foi, então devem ficar com vocês dois.
Fazia sentido, de fato... Mas Karina não conseguia entender por que, anos atrás, ele se recusava a dar qualquer coisa.
Agora agia com tanta generosidade, mas no passado... Ele a havia empurrado até o limite!
Lucas compreendeu o que se passava no coração da filha e falou, com um tom cheio de culpa:
— O que passou, não pode mais ser mudado. Isso tudo é seu por direito, aceite. Leve essas coisas com você. A parte que pertence a você e ao Catarino está no testamento, não faltará nada. Mas se não pegar agora, receio que, mais tarde, você não consiga disputar com a Eunice.
Eunice realmente era uma mulher feroz, especialmente quando se tratava de herança!
Temendo que a filha ainda estivesse receosa, ele acrescentou:
— Pode considerar isso uma compensação pelo que o Catarino fez ao doar parte do fígado para mim.
“É por isso, então?”
Karina franziu levemente a testa. Visto por esse ângulo, fazia sentido.
Mas ainda assim, ela murmurou:
— Nós não vendemos órgãos...
— Eu sei. Isso é algo que eu quero dar. Pegue em nome do Catarino. — Lucas a apressou. — Assine logo. Só com sua assinatura o advogado poderá cuidar dos trâmites.
Enquanto dizia isso, estendeu a caneta para a filha.
Karina segurou a caneta com as mãos trêmulas, o coração em turbilhão.
Se não estivesse tudo tão bem especificado naquele acordo, ela teria pensado que havia alguma armadilha por trás de tudo isso.
Depois de um momento de hesitação, Karina enfim pegou a caneta e assinou seu nome.
Lucas observou em silêncio e soltou um leve suspiro de alívio, embora a culpa em seus olhos não diminuísse nem um pouco...
Mesmo tendo feito tudo aquilo, ainda sentia que não havia sido um bom pai para ela.
— Karina. — Ele lhe passou a sacola com a refeição e avisou. — O Sr. Ademir disse que vai vir te buscar às três.
Karina não tinha como recusar.
Era o dia de seu exame pré-natal. Depois de alguns dias de silêncio, o homem voltaria a aparecer.
Ela suspirou, sentindo uma dorzinha de cabeça, mas também não havia nada que pudesse fazer.
Depois do almoço, tirou um breve cochilo.
Às três em ponto, Ademir tocou a campainha.
Karina foi atender a porta, já vestida e pronta. Sem nem sequer olhar para ele, passou direto e saiu.
O carro estava estacionado em frente ao prédio. Ademir se apressou para abrir a porta e estendeu a mão para segurar o braço dela.
Karina lançou um olhar em sua direção.
Ele achou que ela fosse se irritar de novo, como sempre... Mas, para sua surpresa, Karina apenas sorriu levemente:
— Obrigada.
— Não precisa agradecer. — Ademir ficou um instante paralisado, visivelmente surpreso.
Karina... Tinha acabado de sorrir para ele?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...