Ardentes Laços do Desejo romance Capítulo 55

O vazio da escada parecia se estender como um abismo, um lugar onde cada passo reverberava como um segredo sussurrado.

Jéssica Rocha, pensando na imagem dos dois abraçados no elevador, de repente sentiu seu coração acelerar.

Felipe Garcia, recém-liberto do cigarro, que ainda pairava no ar como uma sombra, perguntou com sua voz rouca e baixa: "Você torceu o pé?"

Seu olhar era profundo, e seu rosto atraente, embebido em seriedade, misturava-se com um toque de preocupação.

Seu olhar penetrante, afiado como lâminas, repousou nos pés nus de Jéssica Rocha. Ela se encolheu instintivamente, puxando os dedos para si, um gesto quase infantil diante da presença esmagadora dele.

Ela se perguntava onde estava com a cabeça!

"Não, é que as escadas são um pouco complicadas de andar." Ela falou a verdade, se inclinando para pegar os sapatos de salto que havia tirado.

Mas uma mão foi mais rápida e os pegou antes dela. Jéssica Rocha, confusa, levantou o olhar para Felipe Garcia, "Sr. Garcia?"

Ele olhou para ela, notando que, apesar das lágrimas já terem secado, ainda havia um leve rubor ao redor de seus olhos. Quando se encolhia num canto, parecia especialmente digna de pena.

Ele segurou os sapatos de salto dela e, em seguida, agachou-se diante de Jéssica Rocha com uma autoridade que não permitia recusa: "Suba."

Jéssica Rocha hesitou por um momento, apressando-se em recusar: "Não precisa, eu consigo descer sozinha."

"Prefere que eu te carregue ou vai subir por conta própria?" Ele enfatizou o tom.

Quando ele se tornava autoritário, uma aura fria o envolvia, fazendo a temperatura da escada, já fria, cair ainda mais.

"Sr. Garcia, você ainda não me disse sobre a noite passada... Ah!"

Antes que pudesse terminar a frase, Jéssica sentiu o mundo girar ao seu redor quando ele a levantou com uma brusquidão que não esperava.

Não era uma carregada de princesa, mas sim como um operário carrega sacos de areia no porto, ou como um bandido leva uma mulher de volta para o esconderijo.

O ombro de Felipe se fincou contra o estômago de Jéssica, seus pés balançando no ar, as pernas juntas e ligeiramente levantadas.

Essa posição delineava perfeitamente as curvas de Jéssica Rocha, mas a fazia se sentir tremendamente desconfortável.

Esse homem parecia ser feito de pedra, com uma rigidez que fazia com que ela, ao tentar socá-lo, apenas machucasse a própria mão.

A suavidade de seu abdômen pressionado contra o ombro rígido dele fazia Jéssica Rocha sentir uma dor aguda.

Ao alcançar o estacionamento, abriu a porta do carro e a colocou no assento com um gesto firme, quase indiferente.

No momento em que foi colocada para baixo, Jéssica Rocha pulou sobre ele, agarrando sua camisa e batendo em seu peito.

"Felipe Garcia, seu idiota! Você realmente..."

Realmente bateu em seu traseiro, uma ação terrivelmente vil.

A força dela era como se estivesse fazendo cócegas nele. Felipe aproveitou a proximidade dela para puxá-la mais perto, seu corpo encostando-se na porta do carro, envolvendo-a completamente em sua sombra.

Ele diminuiu a distância entre eles, seu aroma característico de frieza a envolvia, enquanto seu pomo de Adão se movia, "Então, vai revidar?"

Jéssica, corada e sem fôlego, segurava firmemente a camisa dele, seus pés descalços ainda apoiados na coxa firme de Felipe.

O momento íntimo aqueceu rapidamente, o calor ardente do corpo do homem atravessava as finas calças, onda após onda, alcançando a sola dos pés dela.

Era como se ela estivesse pisando em brasas, o calor subindo pela pele até o rosto, deixando-a sem palavras, mas cheia de emoções conflitantes.